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Itaú tem queda de rentabilidade no varejo, apesar de lucros altos

postado Assessoria

Apesar de registrar desde 2021 crescimento no lucro líquido dos nove primeiros meses do ano, o Itaú tem “decepcionado” os investidores quando se trata de rentabilidade no varejo. O ROE (indicador que aponta quanto a companhia gera de lucro em relação ao capital investido) da operação varejista cresceu no terceiro trimestre de 2023 e atingiu 18,8%. Ainda que tenha aumentado, o número é inferior à média anterior à covid, quando o segmento alcançava patamares superiores a 30%.

De acordo com o diretor financeiro do Itaú, Alexsandro Broedel Lopes, a redução é decorrente tanto do aumento da inadimplência nos últimos meses como das crescentes regulamentações que colocam um limite na cobrança de juros de serviços como cartão de crédito e consignado. “Você tem a inadimplência já começando a diminuir no varejo. Com isso, a rentabilidade tende a crescer, mas provavelmente não vai ser nos patamares que era antes”, diz.

O analista Thiago Batista, do UBS BB, afirma que, para o banco elevar a rentabilidade do varejo, terá de melhorar a eficiência, o que pode demandar uma redução no número de funcionários. “Não é crível o Itaú operando com cem mil funcionários, e o Nubank com oito mil, enquanto o Itaú tem 54 milhões de clientes com empréstimo, e o Nubank, 46 milhões.”

Lopes diz que a eficiência é prioridade no banco. Quando questionado sobre como competir com empresas com quadros de funcionários mais enxutos, afirma que os investimentos em tecnologia devem trazer maior eficiência operacional.

Apesar de admitir que limites nas taxas de juros como do consignado impactam negativamente o resultado do banco, o executivo afirma que o Itaú não se opõe a regulações e tecnologias que reduzem os custos de transação para o correntista e “melhoram a vida do cliente”, desde que elas não tornem a operação insustentável. No caso dos limites, porém, ele aponta que, quando a taxa básica de juro, a Selic, sobe, o serviço pode acabar ficando inviável para as instituições financeiras.

“A contrapartida disso (do estabelecimento de um limite para a taxa de juro) vai ser que a nossa operação não será oferecida. O consignado, por exemplo, você vai ver o volume caindo no último trimestre. Não acho que seja bom para o cliente.”

Fonte: Estadão

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