Por todo o Brasil, bancários organizaram na sexta-feira passada (25/3) manifestações pacíficas para criticar os rumos na gestão da CABESP – Caixa Beneficente dos Funcionários do Banco do Estado de São Paulo. A maior crítica é quanto ao atendimento de saúde que mudou em alguns estados a partir de julho de 2021. Os bancários reivindicam a retomada do convênio de reciprocidade.
Naquele mês, os associados, de 21 localidades, receberam comunicado informando que passariam a ser atendidos exclusivamente pela Central Nacional Unimed, mediante contrato de “cessão de rede”. No entanto, todos os trabalhadores passaram a sentir a enorme diferença no atendimento. O problema se resume basicamente à cobertura que a Cabesp tem contratado e oferecido aos associados. Ela é muito abaixo daquela assegurada pelo artigo 2° do Estatuto da própria Cabesp.
As localidades que tiveram seus convênios substituídos pelo convênio CNU foram: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.
A cobertura exclusiva contratada com a Unimed, que a Diretoria da Cabesp impôs ao associado desses 21 estados, trouxe perdas, por exemplo de hospitais e laboratórios de ponta, e da qualidade do atendimento. Assim, passaram a ser negados aos associados Cabesp, dessas localidades, procedimentos médicos, tratamentos, remédios, ainda que durante internações. O que antes era oferecido por meio do convênio de reciprocidade. E o mais assustador, há demora injustificável na liberação de procedimentos tais como 72 horas para liberação de uma internação.
Isso tudo causado porque quem libera os procedimentos, medicamentos, exames e atendimento em geral é a CNU, quando o correto seria a Cabesp cuidar pessoalmente dessas liberações. “A cobertura contratada é insatisfatória e subverte a relação do associado com seu plano Cabesp, portanto, inaceitável! Queremos a retomada dos contratos com os convênios de reciprocidade“, diz o presidente da CONTEC, Lourenço Prado.
Antes da decisão unilateral de que 21 localidades seriam atendidas exclusivamente pela CNU – Central Nacional Unimed, mediante contrato de cessão de rede, os associados eram atendidos por meio do “Convênio de Reciprocidade” com a Camed, com o Saúde BRB e com a Cabergs.
O Saude BRB atendia os associados Cabesp em Brasília (que tinham inclusive acesso ao Hospital Sirio Libanês), os associados Cabesp no Rio Grande do Sul eram atendidos por Cabergs (e tinham acesso a atendimento hospitais bem conceituados como Moinho de Vento e Mãe de Deus), os associados Cabesp na região Nordeste recebiam bom atendimento pela Camed.
Mas, agora, além da substituição de Convênio de Reciprocidade por Cessão de Rede, a cobertura está muito ruim em vários locais, dificultando o atendimento dos associados.
Inclusive, em 11/10/2021, a diretoria publicou e passou a exigir o cumprimento de um regulamento interno (não referendado por Assembléia Geral), chamado “Regulamento Reciprocidade e Cessão de Rede”. Nele, a diretoria, contrariando o Estatuto, obriga que o associado obedeça e se submeta a condições de atendimento estabelecidas pelo prestador da cessão de rede (no caso a CNU-Central Nacional Unined), mesmo que não esteja dentro do padrão, amplitude e direitos assegurados pelo Estatuto Cabesp aos seus associados.