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FMI elogia adoção de meta contínua de inflação no Brasil

postado Assessoria

Os bancos centrais têm mais chances de controlar a inflação sem provocar recessão ao melhorarem a forma como comunicam sua política monetária, segundo o Fundo Monetário Internacional, que elogiou a meta de inflação contínua no Brasil.

Em junho, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu manter as metas de inflação em 3,25% para 2023, e 3% para 2024 e 2025, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, mas alterou os parâmetros adotados hoje para que o país tenha um sistema em que a meta de inflação seja contínua em vez de delimitada ao ano corrente.

O relatório de perspectivas econômicas globais do organismo multilateral, o World Economic Outlook, divulgado hoje, elogia a iniciativa do Brasil de adotar uma meta de inflação contínua a partir de 2025, assim como a publicação de calendários de reuniões no Paquistão e no Uruguai.

O texto também elogia a escolha no Chile e na Tailândia de tornar a estabilidade de preços um objetivo primário da política monetária.

O documento do FMI, de autoria dos economistas Silvia Albrizio, John Bluedorn, Allan Dizioli, Christoffer Koch e Philippe Wingender, no entanto, ressalta que o problema enfrentado pelos bancos centrais no mundo é que os frutos de tais decisões não são imediatos.

“Essas medidas podem levar tempo ou ser mais difíceis de implementar do que políticas cíclicas mais restritivas, que acarretam custos muito mais elevados em termos de desaceleração do crescimento”, afirmaram os economistas.

Expectativas importam

Para o FMI, as mensagens das autoridades monetárias são fundamentais para garantir que consumidores e empresas não se concentrem demais em aumentos de preços passados.

“O canal de expectativas é crítico”, disseram os autores do relatório. “As melhoras nas estruturas de política monetária e nas estratégias de comunicação de bancos centrais podem ajudar a trazer a inflação de volta à meta mais rapidamente e com custo mais baixo para a atividade econômica — ou seja, podem aumentar as chances de a economia ter um ‘pouso suave’.”

Os próprios bancos centrais perceberam que comunicados repletos de jargões tornam suas mensagens mais difíceis de serem compreendidas.

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, anunciou esta semana sua entrado no Instagram e no Threads, com o intuito de aumentar a acessibilidade e disponibilidade de notícias e conteúdo educacional.

O FMI afirmou que os bancos centrais dos mercados emergentes tendem a ter mais dificuldades na comunicação de políticas voltadas para o futuro do que os das economias avançadas. A questão de como as intenções monetárias são articuladas e disseminadas é crucial em qualquer cenário, afirmaram os economistas do fundo.

“Tanto as expectativas de inflação quanto a inflação diminuiriam ligeiramente mais rápido com melhoras na estrutura de política monetária e na comunicação — tais como mensagens mais simples e regulares e mais direcionadas ao público”, escreveram.

Fonte: O Globo

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