A Serasa Experian informa ter batido um recorde: 64% das dívidas de quem tinha nome sujo na praça foram renegociadas e pagas em até 60 dias no ano passado.
Este é o maior percentual registrado pelo birô de crédito desde 2017, quando teve início a série histórica. Em 2022, o índice de recuperação de crédito do consumidor ficou em 57,9% —até então o maior desde 2019.
Para Luiz Rabi, economista da Serasa, o programa Desenrola Brasil foi fundamental para impulsionar as renegociações entre os consumidores brasileiros.
“A diminuição das taxas de juros e da inflação contribuiu para uma maior regularização das dívidas em atraso, resultando em estabilidade nos índices de inadimplência“, disse Rabi.
O setor bancário foi o que liderou nas renegociações, fechando o ano com taxa média de adimplência de 74,6%. Em seguida vieram as utilities (concessionárias de água, luz e gás), com 63,9%, e o varejo (53,4%).
Historicamente renegadas pelos consumidores, as empresas de telefonia seguem com baixos índices de renegociação, em torno de 10,5%. As securitizadoras, que em 2022 tiveram percentual de 7,5%, subiram para 24,5%.
As contas negativadas em 2023 com valores superiores a R$ 10 mil lideraram a fila de regularização (76,1%). Rabi avalia que esses débitos tiveram mais destaque entre os clientes, porque dizem respeito ao financiamento de imóveis e veículos — são bens que podem ser tomados pela instituição credora na falta do pagamento.
O ranking por estados mostra que o Rio Grande do Sul teve o percentual mais expressivo de dívidas pagas em até 60 dias após a negativação (70,0%), seguido pela Paraíba (69,7%), Sergipe (68,9%), Ceará (68,5%) e Goiás (67,2%).
Na lanterna, ficaram Roraima (50%), Distrito Federal (55,8%), Amazonas (56,6%), Rondônia (59,6%) e São Paulo (60,3%).
Fonte: Folha de S. Paulo
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