A onda verde que atraiu o governo e as empresas não convenceu o mercado financeiro. Dois anos após a criação do selo Investimento Sustentável (IS) pela Anbima, associação que representa o setor, 97 fundos administram R$ 11,2 bilhões, 0,1% do total de recursos da indústria de fundos no país.
Nesse universo, 67 fundos possuem a certificação IS e outros 30 seguem as políticas ESG [práticas socioambientais].
Na avaliação de analistas, apesar do avanço entre 2019 e 2020, os fundos sustentáveis e ESG ainda patinam diante de um cenário com Selic elevada, que compromete a renda variável.
No caso dos fundos que seguem políticas ESG, ainda há divergências na forma como essas práticas são implementadas e dúvidas em relação ao grau de comprometimento.
Dados da plataforma Morningstar indicam que, no fim de 2023, os fundos sustentáveis registraram uma saída líquida de US$ 2,5 bilhões. Pela primeira vez, eles perderam mais do que receberam em aplicações.
Somente nos EUA, a retirada de aplicações foi de US$ 5 bilhões, contrastando com o resultado de fundos similares na Europa, cujo saldo líquido (entradas menos saídas) foi de US$ 3,3 bilhões.
Para tentar mudar esse quadro, a Converge Capital Conference e Capital for Climate organizam a primeira edição do Brazil Climate Investment Week, evento que ocorre em São Paulo entre 21 e 23 de maio e reunirá gestores de investimento, profissionais do mercado financeiro e de bancos, family offices, investidores institucionais, empreendedores e representantes do setor público.
A proposta dos organizadores é catalisar US$5 bilhões em investimentos baseados na natureza até a realização da COP30, em 2025.
Fonte: Folha de S,. Paulo
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