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Operação ‘tartaruga’ em portos retarda liberação de carros e peças importadas para setor automotivo e pode reduzir em até 5% atividade econômica, diz CNC

postado Luany Araújo

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que a operação “tartaruga” de funcionários do Ibama e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nos portos que tem postergado a liberação da entrada no país de carros e peças para a indústria automobilísticas pode ter um impacto de até 5% sobre a atividade econômica brasileira.

Esse cálculo não é apenas do efeito do carro isolado. A faísca inicial é o carro que deixou de ser importado, mas isso diminui a venda no comércio, a venda no comércio diminui a geração de renda dos trabalhadores, a circulação de riqueza na economia, ou seja, há efeito encadeado. Esse cálculo aponta impacto potencial de redução de 5% da atividade econômica com a continuidade desse ritmo de desembaraço das operações de importação do setor automobilístico O mercado ainda não está desabastecido, tanto de carro para venda quanto de peças para montagem, mas a continuidade pode causar um risco de desabastecimento – explica Felipe Tavares, economista-chefe da CNC.

Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), há cerca de 17,2 mil carros a combustão ou híbridos nos portos à espera de liberação ambiental. O cenário já foi pior, segundo a entidade já chegaram a ser 47 mil.

Tavares explica que para cada 1% na diminuição de carros efetivamente importados, a atividade econômica diminui 0,034%, por efeitos direitos, indiretos e induzidos. Os 17 mil automóveis parados nos portos brasileiros, diz o economista-chefe da CNC, representam 132% do volume de importação mensal do país, considerando o período entre 2020 e 2023, o Brasil importou cerca de 13.800 automóveis por mês. É essa conta, afirma ele, que permite estimar uma queda da atividade econômica de até 5% devido à operação “tartaruga’ nos portos brasileiros.

O último balanço divulgado pela Anfavea, na semana passada, aponta ainda que cerca de 1.100 contêineres de peças para o setor estavam parados à espera de liberação do Mapa. Isso não chega a paralisar a produção nacional, segundo a associação, mas causa morosidade, uma quebra logística, o que atrapalha o ritmo da indústria. Na próxima semana, a entidade divulgará o balanço de maio, quando será possível verificar os efeitos sobre produção, vendas e exportações da mobilização dos servidores e também qual foi o impacto, até aqui, da calamidade no Rio Grande do Sul.

Fonte: O Globo

www.contec.org.br

 

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