Em agosto de 2025, a Lei Maria da Penha alcança 19 anos de existência. Desde sua criação, a legislação representa um marco fundamental no combate à violência doméstica contra mulheres no Brasil. Inspirada pela história de Maria da Penha Maia Fernandes, a lei impulsionou novas discussões e políticas públicas para proteger vítimas e responsabilizar agressores. Dessa forma, ao longo desses anos, tornou-se sinônimo de resistência e enfrentamento das violações de direitos humanos no contexto familiar.
Desde a sanção, o cenário do combate à violência de gênero ganhou novas diretrizes. Os avanços incluem não só a punição dos agressores, mas também mecanismos de proteção para as mulheres, como medidas protetivas de urgência e acesso a serviços especializados. Portanto, a lei mostrou que o enfrentamento da violência doméstica exige ações integradas entre governo, sociedade e instituições judiciais. Ademais, promoveu mudanças culturais importantes ao destacar a seriedade do tema na sociedade brasileira.
Quem foi Maria da Penha e por que a lei leva seu nome?

Foto: Divulgação
Maria da Penha Maia Fernandes ficou conhecida nacionalmente após sobreviver a duas tentativas de assassinato cometidas pelo próprio marido, em 1983. O caso expôs falhas graves na justiça brasileira e, além disso, causou grande repercussão internacional. Mesmo diante das agressões, a farmacêutica lutou por anos para que o agressor fosse responsabilizado e, por fim, liderou uma mobilização por mudanças legislativas. Consequentemente, sua luta inspirou um movimento amplo por justiça e igualdade de direitos.
O nome da lei surgiu como homenagem à coragem de Maria da Penha e ao seu papel na defesa dos direitos das mulheres. Com apoio de entidades civis e de órgãos internacionais, o caso dela reforçou a necessidade de uma legislação mais rígida, específica e efetiva. Assim, o movimento incentivou a criação de recursos como centros de atendimento, delegacias especializadas e campanhas de conscientização em todo o país. Com isso, aumentou-se o apoio institucional às vítimas.
Quais mudanças a Lei Maria da Penha trouxe ao enfrentamento da violência doméstica?
Antes de 2006, denúncias de agressão muitas vezes resultavam em punições leves e processos demorados. Após a promulgação da Lei Maria da Penha, o sistema judiciário passou a tratar estes casos com mais rigor e urgência. O primeiro grande avanço envolveu a criação de tipos penais específicos para a violência doméstica e familiar, superando a simples compreensão de “brigas de casal”. Além disso, as vítimas passaram a contar com medidas rápidas de proteção, como o afastamento imediato do agressor.
- Além das medidas cautelares, a lei prevê que o agressor pode ser retirado do lar familiar.
- Os processos judiciais correm com prioridade em relação a outros crimes.
- As vítimas podem ter acesso a programas de apoio psicológico e social.
Essas mudanças facilitaram a denúncia, ampliando o acesso à justiça e incentivando mais mulheres a romperem o silêncio diante da violência. A legislação também estabeleceu a importância do trabalho preventivo, reforçando campanhas educativas e cursos de capacitação para funcionários públicos. Por conseguinte, a formação de profissionais qualificados tornou-se essencial para garantir atendimento humanizado.
Como combater a violência doméstica atualmente?
Com 19 anos de aplicação, muitos desafios permanecem. No entanto, a violência doméstica continua presente em diferentes regiões do país, e o enfrentamento diário exige o fortalecimento das redes de proteção e a ampliação dos canais de denúncia. O trabalho conjunto entre órgãos de segurança, Justiça, saúde e assistência social se mostra fundamental para acolher vítimas e responsabilizar autores das agressões. Além disso, é necessário adaptar as políticas às realidades locais para garantir maior eficácia.
- Promover campanhas permanentes de conscientização nas escolas e comunidades.
- Oferecer atendimento humanizado em delegacias e serviços especializados.
- Integrar informações entre saúde, segurança e assistência, para identificação de casos.
- Capacitar profissionais para lidar com situações de risco e prestar apoio às vítimas.
A importância da Lei Maria da Penha ultrapassa o aspecto jurídico. Ao longo de quase duas décadas, ela consolidou políticas de prevenção, proteção e punição. Mais do que isso, tornou-se exemplo internacional de mobilização, desenvolvendo legislações e práticas mais eficazes contra a violência de gênero. O aniversário de 19 anos é, portanto, um lembrete de que a luta pela igualdade e pelo fim da violência contra mulheres segue sendo prioridade no Brasil em 2025. Dessa maneira, toda a sociedade é chamada à responsabilidade contínua no combate à violência doméstica.