O mercado de vendas de créditos vencidos começou o ano agitado, com agentes testando o apetite de investidores em comprar cerca de R$ 6 bilhões em carteiras. O grupo inclui um grande banco e empresas de maquininhas, e há a expectativa de que outro banco vá ao mercado em fevereiro. Os preços, entretanto, continuam pressionados pelos juros e inflação ainda altos, o que reduz as chances de recuperar os créditos.
Os investidores pagam pelas carteiras de acordo com a probabilidade de recuperação, que determina o desconto em relação ao valor de face. O aumento da inadimplência e a expectativa de que o cenário se mantenha fizeram esse desconto aumentar durante os últimos meses.
Setor estima R$ 24 bi em operações represadas
Com a queda de preços, muitas empresas desistiram de vender carteiras em 2022, segundo o diretor comercial da Recovery, empresa do Itaú especializada em cessão de carteiras vencidas, Bruno Franco. Cerca de R$ 24 bilhões em operações ficaram represadas, e a expectativa é de que voltem ao mercado neste ano.
Bancos e varejistas querem ‘limpar’ balanços
A maior oferta é fruto do aumento da inadimplência, que estimula bancos, fintechs e varejistas a “limpar” os balanços. No ano passado, esse mercado movimentou R$ 62 bilhões, de acordo com a Recovery, um salto de 40% ante 2021. Neste ano, deve chegar a até R$ 70 bilhões, estima Franco.
Crescimento maior foi o da participação das varejistas: de 13% em 2021, elas chegaram próximo de 20% das operações no ano passado, e devem seguir avançando. Categorias como o varejo de vestuário são as mais frequentes – no ano passado, nomes como Renner e Riachuelo, que têm financeiras em seus grupos, fizeram operações.
Fonte: Estadão
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