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Bradesco, Daycoval e Safra fizeram empréstimos milionários à Virgo desde abril

Securitizadora é alvo de denúncia de ex-diretor na CVM envolvendo CRIs

postado Maria Clara

Três bancos fizeram empréstimos milionários à securitizadora Virgo nos últimos meses para atender necessidades da empresa em compromissos não diretamente relacionados à acusação de desvio de recursos do patrimônio de vários Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). A denúncia está movimentando o mercado de recebíveis e algumas gestoras começaram a migrar suas operações para outras securitizadoras.

Segundo Eduardo Levy, ex-diretor da Virgo que levou a denúncia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Bradesco tem uma exposição de cerca de R$ 35 milhões, o Daycoval, de R$ 10 milhões e o Safra, de R$ 5 milhões. Procurada, a Virgo afirmou que não pode confirmar os valores envolvidos nos empréstimos.

Parte dos recursos foi utilizada para pré-pagar debêntures que a Virgo emitiu em 2021 e que foram adquiridas pela XP. Os papéis tinham vencimento em 2026, mas acabaram antecipados devido a uma cláusula de contrato sobre mudanças societárias.

Acusação é sobre suposto uso indevido de recursos

Os empréstimos começaram a ser tomados no fim de abril e se estenderam ao menos até julho. Em maio, a empresa havia criado um fundo de investimento que virou pivô da denúncia apresentada pelo ex-diretor sobre a utilização indevida de recursos depositados em garantia. Segundo a denúncia, patrimônios em separado – uma espécie de reserva para garantir o fluxo de pagamento das obras – de CRIs securitizados pela Virgo tiveram seus recursos desviados para que a empresa pudesse honrar a garantia firme de distribuição de uma emissão de R$ 130 milhões. Os papéis foram levantados para que a Cedro Participações construísse um hospital em Belo Horizonte, que seria alugado para a Oncoclínicas. No total, foram tirados dos chamados patrimônio em separado um total de R$ 240 milhões.

Levy contou à Coluna que nesta terça-feira, 19, levou à questão para a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), para que os documentos direcionados a CVM cheguem à supervisão da associação. O ex-diretor da Virgo diz ainda que mesmo antes de ter apresentado denúncia, já vinha fazendo contato com grandes gestoras para alertar dos problemas que o levaram a entregar sua renúncia no início de julho.

Procurados, Bradesco e Daycoval não comentaram. O banco Safra não respondeu até a publicação deste texto.

Fonte: Estadão

www.contec.org.br

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