O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou a importância do saneamento básico no país. Ele participou da abertura do Encontro Ministerial do Desenvolvimento do G20, grupo de 19 grandes economias globais, mais a União Europeia e a União Africana, que acontece na manhã desta segunda-feira no Rio de Janeiro.
— O Brasil tem uma das maiores reservas de água potável do mundo. Precisamos preservar nossos recursos hídricos. Investir em saneamento é investir em saúde. O desenvolvimento sustentável está diretamente vinculado à gestão eficiente dos recursos hídricos.
Para ele, é preciso implementar ações para o uso sustentável dos recursos que precisam ser coordenadas entre governo, empresas e sociedade.
— Levar água potável a 99% da população, bem como coleta de esgoto a 90% da população até 2033. Todos precisam trabalhar juntos — disse, destacando também o alcance da igualdade racial na sociedade brasileira.
Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, disse que o país ainda tem 32 milhões de pessoas sem água tratada e 90 milhões sem tratamento de esgoto.
— Esse é o tamanho do nosso desafio. É preciso segurança hídrica e acesso ao saneamento básico. A falta de acesso é um elemento central para o desenvolvimento sustentável. É urgente unir esforços para diminuir essa triste realidade.
Jader Barbalho Filho, ministro das Cidades, lembrou que o grupo de trabalho que discute o tema é parte central do governo. Ao citar a universalização da água potável e do saneamento, o ministro mencionou ainda ações para o manejo de águas pluviais e o combate aos desastres naturais.
— Por isso, estão sendo feitos investimentos para mitigar o impacto decorrente de enchentes e deslizamentos de encostas. Estamos desenvolvendo trabalhos para fortalecer a coleta de resíduos sólidos.
Ele estimou que o investimento soma US$ 100 bilhões (cerca de R$ 557 bilhões, na conversão atual) para levar os serviços de universalização à população. Por isso, destacou o fortalecimento da cooperação internacional:
— A integração de tecnologias é fundamental para aumentar a resiliência e a infraestrutura. Se queremos alcançar as metas para assegurar o uso eficiente da água e saneamento a todos, é preciso mobilizar recursos financeiros. A batalha será longa.
Áreas rurais e favelas
Na declaração do Chamado à Ação do G20 sobre o Fortalecimento dos Serviços de Água Potável, Saneamento e Higiene, o governo destacou que a prestação de serviços tanto para o saneamento como para a água potável é menor nas áreas rurais, favelas e outras áreas insuficientemente atendidas.
“Estamos, portanto, em um momento crucial em que todos os países devem priorizar a água, o saneamento e a higiene em seu planejamento e agendas nacionais de desenvolvimento, bem como na agenda internacional, reconhecendo a necessidade não apenas de acelerar o progresso, mas também de fazer mudanças transformadoras para garantir que os serviços de água e saneamento sejam usados e gerenciados de maneira sustentável e eficiente”, segundo um dos trechos.
O documento conclui ainda que a universalização requer que os membros do G20 aumentem a cooperação técnica internacional e “uma abordagem governamental por meio da gestão integrada dos recursos hídricos e que envolva todas as esferas de governança, de nível nacional a local, e outros atores, que é acionada no mais alto nível político com recursos dedicados para a obtenção do acesso universal, em particular para aqueles que são os mais difíceis de alcançar”.
Destacou ainda “o aumento da mobilização do financiamento, proveniente de todas as fontes, para o planejamento, programas e infraestrutura de água potável e saneamento”. Na declaração, afirmam que serão promovidos os investimentos nos setores de saúde e educação e nos locais de trabalho, além de encorajar um maior envolvimento inclusivo da comunidade.
Fonte: O Globo
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