O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, abriu nesta terça-feira (22/4) a etapa presencial da reunião técnica do Grupo de Trabalho sobre Emprego do BRICS. O encontro dá continuidade às discussões iniciadas em fevereiro, centradas nos impactos da transformação digital e da inteligência artificial no mundo do trabalho, com ênfase na proteção social e na qualificação profissional. Os trabalhos seguem até quinta-feira (24) e são coordenados pela chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério do Trabalho e Emprego, Maíra Lacerda.
Homenagem ao Papa Francisco – O ministro Luiz Marinho iniciou a reunião propondo um minuto de silêncio em homenagem ao Papa Francisco, falecido na última segunda-feira (21), aos 88 anos, no Vaticano. “O Papa sempre defendeu os excluídos, com mensagens de fraternidade, solidariedade e respeito aos pobres de todo o mundo. Em respeito a todas as religiões, proponho essa homenagem pela sua missão de paz”, declarou.
O ministro agradeceu o apoio institucional do Ministério das Relações Exteriores pela colaboração na organização do encontro e deu as boas-vindas aos representantes dos países-membros e parceiros internacionais. “É com grande satisfação que recebemos, em nosso país, os integrantes do Grupo de Trabalho sobre Emprego do BRICS. Em nome do governo brasileiro, quero expressar nosso profundo agradecimento pela presença de todos e dar as boas-vindas a esta terra cuja urbanidade simboliza também a riqueza das nossas discussões”, afirmou.
A cerimônia teve a participação de representantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre eles Moustapha Kamal Gueye, coordenador do Programa de Empregos Verdes da OIT em Genebra; Vinicius Pinheiro Carvalho, diretor da OIT no Brasil; e Anita Amorim, chefe da Unidade de Associações Emergentes e Especiais da OIT, também em Genebra.
Kamal Gueye enfatizou a importância de assegurar que as transformações no mundo do trabalho sejam baseadas em princípios de justiça social. “A transição justa não é apenas uma aspiração, mas uma necessidade. Precisamos de políticas públicas que maximizem as oportunidades econômicas e sociais, minimizem os impactos adversos e estejam alicerçadas em direitos fundamentais no trabalho”, avaliou Kamal. Segundo ele, isso envolve a criação de uma proteção social eficaz, o respeito aos princípios da OIT e a inclusão de trabalhadores vulneráveis nos processos de transformação. Kamal também sublinhou o papel fundamental da cooperação internacional, ressaltando que “o BRICS tem a oportunidade de liderar esse processo, mostrando que é possível transformar desafios em soluções sustentáveis para o futuro do trabalho”.
O ministro destacou o progresso nas negociações do Grupo de Trabalho para a conclusão do capítulo sobre inteligência artificial. “Esse avanço reflete o compromisso coletivo dos nossos países em enfrentar os desafios e oportunidades da transformação digital, sempre com foco no desenvolvimento sustentável e no bem-estar dos trabalhadores”, disse Marinho.
Transição Justa – Luiz Marinho reforçou a importância da transição justa para uma economia sustentável, destacando o papel do Brasil na promoção de políticas inclusivas. “A transição não pode ser encarada apenas como uma estratégia econômica, mas como uma necessidade social. É fundamental garantir que essa mudança seja inclusiva, gerando empregos de qualidade e oferecendo proteção aos mais vulneráveis. Isso é essencial tanto para o presente quanto para o futuro do trabalho”, afirmou.
COP 30 – O ministro também apontou que os temas debatidos no encontro serão levados à COP 30, que acontecerá em novembro, em Belém (PA). “Este é um momento histórico para reforçarmos nosso compromisso com a justiça social e ambiental. O trabalho deste grupo certamente contribuirá para os debates globais sobre esses temas”, declarou.
Cenário Internacional – Luiz Marinho fez uma análise do cenário global, ressaltando a necessidade de equilíbrio e soberania. “Vivemos um momento de preocupações globais, com divergências especialmente na área econômica, muito estressadas pelo papel do governo americano. É preciso serenidade e pé no chão para conduzirmos esses debates e protegermos a globalização, valorizando a importância dos organismos internacionais.”
Multilateralismo – O ministro reafirmou o compromisso do Brasil com o multilateralismo e a promoção da paz. “O presidente Lula sempre se manifesta pela busca do equilíbrio, da soberania e da geração de oportunidades. Isso significa promover empregos decentes e discutir a distribuição de renda. Precisamos pensar no papel dos que mais podem contribuir nesse processo.”
Ao final, Luiz Marinho expressou gratidão pela presença de todos os delegados e instituições parceiras. “Gostaria de agradecer especialmente o apoio técnico da OIT e da Associação Internacional da Seguridade Social. A experiência dessas organizações tem sido fundamental para o avanço das nossas discussões. Que os próximos trabalhos sejam produtivos e inspiradores”, concluiu.
Por dentro do GT de Emprego – O Grupo de Trabalho sobre Emprego do BRICS é um espaço de diálogo e cooperação entre os países-membros do bloco, composto por 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. O grupo atua como um fórum político-diplomático para o intercâmbio de experiências e a construção de políticas comuns em áreas estratégicas. Em 2025, sob a presidência do Brasil, os trabalhos são guiados pelo lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança Mais Inclusiva e Sustentável”.
Fonte: Agência Gov
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