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Com apoio da OIT, especialistas dialogam sobre tecnologias emergentes, transições justas e inclusão nos países do BRICS

Especialistas de países do BRICS, da OIT, e da academia se reúnem para dialogar sobre inteligência artificial, emprego rural e transições justas por meio da cooperação Sul-Sul.

postado Luany Araújo

Inteligência artificial, automação, big data, biotecnologia e novas plataformas digitais. Esses temas centrais que estão remodelando modos de produção, de trabalho, de consumo e de organização social foram o centro de uma rodada de diálogos entre representantes de governos, setor privado, academia, organismos internacionais e sociedade civil dos países do BRICS e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Entre os dias 22 e 24 de abril, Brasília sediou o evento de compartilhamento de conhecimento “Tecnologias Emergentes e Novas Fronteiras para o Emprego para Transições Justas” , que reuniu mais de 20 especialistas, autoridades governamentais, pesquisadores e profissionais de desenvolvimento dos países do BRICS.

Organizado pela OIT e pelo Centro Internacional de Treinamento da OIT (ITCILO), o evento integra a agenda oficial da presidência brasileira do BRICS em 2025 e expressa a importância da cooperação internacional como vetor para a justiça social, a inclusão e o desenvolvimento sustentável.

O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Marcos Perioto, a diretora-geral Adjunta para Relações Exteriores e Corporativas da OIT , Laura Thompson, a presidente do Grupo de Trabalho sobre Emprego dos Econômico do BRICS e chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do MTE, Maíra Lacerda, e pelo diretor do Escritório da OIT para o Brasil, Vinícius Pinheiro, participaram do encerramento do evento, nesta quinta-feira.

“Os países do Sul Global, em especial os membros dos BRICS e seus parceiros, enfrentam desafios muito particulares. Ao mesmo tempo em que há imensas oportunidades de inovação, de ganho de produtividade e de inclusão por meio do uso estratégico de tecnologias, há também grandes riscos de exclusão, precarização e aprofundamento das desigualdades — especialmente nas regiões rurais, nos territórios periféricos e entre as populações historicamente vulnerabilizadas.” , disse o secretário Perioto.

“ Esperamos que essas reflexões alimentem a construção de uma agenda convergente, que promova o trabalho decente, o desenvolvimento com equidade e a transição justa como princípios orientadores das políticas laborais de nossos países.” , acrescentou ele.

A diretora-geral Adjunta para Relações Exteriores e Corporativas da OIT , Laura Thompson, destacou que “no espírito da Cooperação Sul-Sul e Triangular — como uma plataforma estratégica para a colaboração entre iguais — os países do BRICS estão bem-posicionados para impulsionar a inovação centrada nas pessoas e garantir que ninguém fique para trás”.

“As tecnologias emergentes devem funcionar para todos, especialmente para os mais vulneráveis, por meio da aprendizagem entre pares Sul-Sul.”, acrescentou ela.

Laura Thompson destacou ainda que o recém-lançado Observatório da  Inteligência Artificial e do Trabalho na Economia Digital busca servir como um centro global de conhecimento sobre as dimensões da IA e da economia digital no mundo do trabalho, além de apoiar governos e parceiros sociais na condução da transformação digital do trabalho e pesquisas para promover a inovação ética, inclusiva e baseada em direitos.

 

Tecnologias digitais e transição justa

As tecnologias digitais têm imenso potencial para contribuir para transformações rurais inclusivas e acelerar o progresso rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, incluindo o ODS 8, sobre Trabalho Decente e Desenvolvimento Econômico, e à justiça social. No entanto, não há garantia de que esses avanços promovam genuinamente a inclusão e os benefícios para grupos em situação de vulnerabilidade nas economias rurais.

Sob o tema “Inteligência Artificial e o Mundo do Trabalho”, o evento de três dias explorou o potencial transformador das tecnologias digitais — incluindo inteligência artificial, biotecnologia, energia renovável e análise de dados — para a criação de empregos, especialmente em economias rurais.

A metodologia do evento foi a seguinte: os dois primeiros dias foram dedicados a uma oficina de compartilhamento de conhecimentos, de boas práticas e de inovações em desenvolvimento digital aplicados ao mundo rural. Já o terceiro dia, 24 de abril, foi voltado a apresentar os resultados do evento de compartilhamento de conhecimento ao Grupo de Trabalho sobre Emprego (EWG, na sigla em inglês) do BRICS, dessa forma, fornecendo contribuições para a próxima Declaração Ministerial da Reunião Ministerial do Grupo de Trabalho sobre Emprego do BRICS, a ser realizada no dia 25 de abril.

Os participantes desenvolveram planos de ação para estratégias de emprego inclusivas e tecnológicas, adaptadas às realidades do Sul Global e enfatizaram a necessidade urgente de uma transformação digital centrada nas pessoas em áreas rurais, nas quais as disparidades no acesso à tecnologia correm o risco de ampliar as atuais desigualdades sociais e econômicas. Com foco na Cooperação Sul-Sul e Triangular (CSST), o evento destacou ainda como os países em desenvolvimento podem projetar  e implementar soluções, alavancando experiências e capacidades compartilhadas.

 

Fonte: OIT

www.contec.org.br

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