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Drex, CBDCs, contratos inteligentes? Confira o glossário das moedas digitais oficiais dos países

Projeto piloto da moeda do BC brasileiro avança para nova etapa, em parceria com instituições financeiras; lançamento pode ocorrer ainda neste ano

postado Luany Araújo

Quando o Pix foi lançado, no fim de 2020, as dúvidas dos brasileiros eram muitas. Quatro anos depois, se tornou o meio de pagamento mais usado no País, segundo pesquisa divulgada recentemente pelo Banco Central (BC). O porcentual dos que disseram que utilizam o Pix com maior frequência saltou de 16,7% em 2021 para 46,1% no fim de 2024, superando o dinheiro – queda de 41,7% para 22% no período.

Num único dia, 6 de dezembro, foram realizadas 250,5 milhões de movimentações, totalizando volume financeiro de R$ 124,3 bilhões. É o recorde atual, de acordo com o BC. O pico anterior havia sido registrado em 29 de novembro, com 239,9 milhões de transações.

Prestes a entrar em uma nova fase na Etapa 2 do projeto-piloto, o Drex, como foi batizada a moeda digital oficial do BC (CBDC), deve passar por um processo semelhante quando for lançado. A entrada em vigor do Drex pode ocorrer ainda neste ano.

Quer entender um pouco mais sobre as tecnologias e as nomenclaturas que fazem parte do universo Drex? Confira aqui um glossário com as principais palavras:

Blockchain

Essa tecnologia é uma rede de computadores que armazena e compartilha dados em cadeia. O sistema é descentralizado mas as máquinas são interligadas por uma espécie de malha transparente que permite verificar todos os pontos, registrando qualquer alteração. É como se fosse um livro contábil. Com o blockchain, todos da rede têm acesso às transações e não é possível que um controlador central altere os registros.

CBDC

Sigla para Central Bank Digital Currency ou moedas digitais de banco central. Com elas é possível reduzir a burocracia dos intermediários bancários, diminuir os custos atrelados ao papel-moeda e permitir a rastreabilidade do dinheiro, o que ajudaria a combater a lavagem de dinheiro e evitaria fraudes. O Drex, nome anunciado para a CBDC brasileira, tem as mesmas garantias e segurança do real físico.

Criptomoeda

São moedas digitais criadas em blockchain, usando um sistema descentralizado de criptografia que assegura a validade e o registro das transações. Podem servir como meio de pagamento, mas acabam sendo mais usadas para investimentos, em razão de sua volatilidade. A mais antiga criptomoeda é o Bitcoin (BTC), lançada em 2008 por um artigo atribuído a Satoshi Nakamoto (não se sabe se é uma pessoa ou um grupo de desenvolvedores) e até hoje uma das mais valorizadas. Criada em 2015 por Vitalik Buterin, o Ethereum (ETH) é uma criptomoeda e também uma plataforma para smart contracts e aplicações descentralizadas (dApps). Criptomoedas se diferem das CBDCs, que são moedas oficiais de bancos centrais.

DREX

Nome escolhido para batizar a CBDC brasileira, que desde 2023 vem passando por testes do projeto-piloto. Atualmente, o Banco Central está prestes a iniciar a segunda fase da Etapa 2, já realizando testes bem mais próximos da economia real, sempre em parceria com instituições financeiras. Enquanto o Pix surgiu como iniciativa para democratizar o acesso da população a meios de pagamento, o Drex foi idealizado para facilitar o acesso a serviços financeiros, como investimentos, empréstimos e seguros. Além de permitir a troca entre ativos, por meio de contratos inteligentes (smart contracts), nos quais pessoas físicas e empresas podem realizar transações intermediadas.

Smart Contracts

Contratos digitais registrados em rede blockchain, que permitem a troca de ativos de forma segura. Ou seja, a transação só é realizada se as duas partes envolvidas cumprirem o que estava acordado. É muito citado por especialistas o exemplo da negociação de venda de um carro. Com um contrato inteligente, há uma intermediação entre comprador e vendedor, na qual a transferência de propriedade (DUT) só ocorreria mediante o depósito do valor, nas condições que tiverem sido definidas pelas partes.

Stable Coins

São criptoativos que têm valor atrelado a algum ativo fora do mundo cripto, como uma moeda oficial de um país. A principal stable coin é a Tether (USDT), criada em 2014 pela Tether Limited. Seu valor é lastreado ao dólar americano, oferecendo estabilidade e sendo usada como meio de troca em transações. Outra muito conhecida é a USDC, com paridade de 1 para 1 ao dólar.

Tokenização

Transformar um bem qualquer em sua representação digital, registrada em uma rede blockchain, tecnologia de criptografia que sustenta as criptomoedas e outros ativos digitais. Os tokens podem, inclusive, ser fracionados e vendidos a preços menores. Um dos objetivos da tokenização na economia é propiciar a criação de produtos de investimento.

Tokens

São títulos digitais que representam a posse de ativos ou uma fração deles. Isso tudo ocorre dentro da tecnologia blockchain, que permite que os tokens sejam registrados e negociados. Existem tokens fungíveis e os não fungíveis, conhecidos como NFT (Non-Fungible Tokens). Os fungíveis podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Já os não fungíveis (NFTs) são para ativos com características únicas, como uma obra de arte. É possível, por exemplo, comprar um token imobiliário para receber um percentual da venda ou do aluguel que corresponde a uma fração do imóvel; ou ainda token de precatórios, para lucrar em cima da diferença de valores quando ocorrer o pagamento da dívida pela Justiça. As criptomoedas também são tokens.

 

 

Fonte: Estadão

www.contec.org.br

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