As principais empresas americanas de inteligência artificial (IA) vão se comprometer nesta sexta-feira em adotar salvaguardas para a tecnologia, a pedido da Casa Branca, disseram pessoas a par do assunto. Microsoft, Google (da Alphabet) e OpenAI (criadora do popular ChatGPT) assumirão o compromisso oficial de desenvolver e fornecer sistemas de IA de maneira responsável. Esse compromisso segue linhas gerais traçadas pela Casa Branca.
A Bloomberg teve acesso a uma primeira versão do documento, a ser divulgado hoje. Nele, a Casa Branca sugere vários compromissos, focados em segurança e responsabilidade social. Estes incluem compartilhar informações de segurança com o governo e outras empresas; usar marcas d’água em conteúdo de áudio e visual que indiquem ter sido criado por IA; investir em medidas de cibersegurança;
Permitir que pesquisadores independentes façam testes para apurar um possível “mau comportamento” da tecnologia; relatar riscos à sociedade; usar os modelos mais avançados de IA para resolver os grandes problemas da Humanidade.
As empresas terão de respeitar seu compromisso até o Congresso criar uma legislação sobre a IA, segundo documento da Casa Branca ao qual a Bloomberg teve acesso. O foco das diretrizes do governo são a IA generativa (capaz de criar conteúdo, como o ChatGPT), modelos mais sofisticados de IA e até modelos ainda a serem criados, ainda mais potentes, de acordo com o documento.
A Casa Branca não quis comentar. Representantes de Microsoft, OpenAI e Google também não quiseram fazer comentários.
O governo americano já havia alertado as empresas de que elas precisavam assegurar de que a tecnologia não cause danos. Mesmo os criadores e entusiastas da IA já alertaram que a tecnologia traz riscos ainda imprevisíveis.
O fato de o compromisso das big techs ser voluntário mostra os limites que o governo Joe Biden enfrenta para evitar abusos no uso dos modelos mais avançados de IA. O Congresso americano promoveu uma série de audiências para tentar compreender o tema antes de desenhar uma legislação, e é possível que os parlamentares jamais cheguem a um consenso.
Fonte: O Globo
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