Um levantamento inédito da Serasa aponta que, desde que o Cadastro Positivo entrou em operação, em 2020, mais de 13,5 milhões de brasileiros foram incluídos no mercado de crédito até dezembro de 2022. Isso representa 8,3% da população do Brasil.
Segundo a Serasa, antes da vigência do Cadastro Positivo, esses consumidores tinham mais dificuldades de serem aprovados em uma análise de crédito por parte das empresas concedentes, muitas vezes em razão da falta de informações suficientes para a concessão segura de crédito.
Após o início do programa, o mercado passou a ter mais visibilidade sobre essa população, o que faz o risco diminuir à medida que as contas são pagas em dia, potencializando suas possibilidades de acesso a crédito, avalia o bureau de análise de crédito.
Perfil dos beneficiados
Consumidores de todas as faixas de renda tiveram sua pontuação de crédito otimizada com o Cadastro Positivo, passando a marca de 500 pontos para cima.
Mas, conforme levantamento da Serasa, as que ganham até dois salários mínimos foram as mais beneficiadas, pois 70% de toda a população incluída no mercado de crédito após o Cadastro Positivo se encontra nessa faixa.
Na sequência, a faixa acima de dois a três salários mínimos registrou um incremento de 2,2 milhões de novos consumidores, o que representa alta de 21,4% das pessoas que estão neste grupo. Na faixa acima de três até cinco salários mínimos, 1,3 milhão de brasileiros passaram a ter seus scores acima de 500 pontos.
O economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi, avalia que o Cadastro Positivo é uma ferramenta importante para trazer mais equilíbrio ao cenário econômico por trazer mais informação do mercado.
“Trouxe mais segurança para as empresas na tomada de decisão e mais oportunidade para o consumidor conseguir crédito que ele deseja, uma vez que possibilita que seja considerado na análise o histórico de pagamentos do consumidor, ou seja, suas contas pagas ao longo do tempo, e não só no momento da solicitação do crédito, trazendo uma visão mais ampla sobre o comportamento do consumidor em relação ao pagamento de suas dívidas.”
Jovens no mercado de crédito
Entre os jovens de 18 a 24 anos houve um incremento de 2,7 milhões de pessoas no Cadastro, o maior número. Em segundo lugar, a faixa de 25 a 29 anos, com um aumento de 1,9 milhão de consumidores. Em terceiro a de 30 a 34, com 1,8 milhão de novos brasileiros e, em quarto, a de 35 a 39 com mais 1,7 milhão.
Regiões de destaque
Das 13,5 milhões de pessoas que passaram a integrar o cadastro, 6 milhões estão no Sudeste; 3,8 milhões no Nordeste; 1,5 milhão no Norte; 1,2 milhão no Centro-Oeste e 1,1 milhão no Sul.
No entanto, quando se analisa a proporção de pessoas físicas que melhoraram sua classificação de risco de crédito com o ingresso no programa, o maior aumento ocorreu na região Norte, com 7,9 pontos percentuais. O que representa 10,8% da população adulta da região.
Em seguida a região Nordeste, com aumento de 6,6 pontos percentuais, representando 9,0% da população adulta.
“Análises de crédito mais robustas e cada vez mais consistentes permitem a expansão do crédito ao mesmo tempo que previnem o superendividamento, beneficiando positivamente os consumidores que antes eram invisíveis ao mercado de crédito”, diz Rabi.
Fonte: CNN
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