A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (CONTEC) manifesta, de forma veemente, seu repúdio às demissões em massa promovidas pelo Itaú Unibanco nesta segunda-feira (08/09), que atingiram cerca de mil bancários e bancárias de setores como o Centro Tecnológico (CT), CEIC e Faria Lima.
Segundo informações apuradas pela imprensa, o banco utilizou sistemas de telemetria e monitoramento de cliques para avaliar a produtividade no home office, comparando registros de ponto com atividades executadas em computadores corporativos. Com base nesses parâmetros, dispensou trabalhadores de forma unilateral, sem diálogo com as entidades sindicais, em flagrante desrespeito à negociação coletiva. É inaceitável que o maior banco do país, com lucro superior a R$ 22,6 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025, insista em sacrificar trabalhadores sob a justificativa de “baixa aderência ao home office”.
“A CONTEC repudia de forma veemente essas demissões. É totalmente incompreensível que um banco com lucratividade recorde, campeão de fechamento de agências em 2025, agora promova a dispensa de mil companheiros e companheiras. Exigimos que o Itaú reveja imediatamente esse critério arbitrário e estanque esse processo. Se houver necessidade de desligamentos, que sejam conduzidos com critérios claros, lógicos e justos – jamais em massa, sem diálogo e sem respeito aos trabalhadores e ao movimento sindical”, declarou o presidente da CONTEC, Lourenço Ferreira do Prado.
“Essa nota de repúdio reflete a nossa preocupação e solidariedade para com os cerca de mil funcionários demitidos e, também, o nosso posicionamento contrário à atitude tomada pelo banco. O Itaú não observou um dos princípios que norteiam a nossa CCT, que é a negociação. Não houve sequer um comunicado endereçado ao movimento sindical. O modus operandi praticado pelo banco foi extremamente abusivo. A ‘vigilância’ digital é uma forma de assédio e compromete a saúde dos trabalhadores. Se estava ocorrendo algum desvio de conduta, o banco deveria auxiliar os funcionários através de feedbacks e planos de desenvolvimento individual. Lamentável”, afirmou Eduardo Israel, Coordenador da COE CONTEC/Itaú.
A CONTEC destaca que o home office não pode ser utilizado como desculpa para impor controle excessivo, vigilância abusiva e desrespeito às relações de trabalho.
Reafirmamos nossa solidariedade aos bancários e bancárias atingidos e exigimos:
- A reversão das demissões arbitrárias;
- O restabelecimento das vagas cortadas;
- A abertura imediata de diálogo transparente com o movimento sindical.
A CONTEC seguirá acompanhando o caso de perto e tomando todas as medidas necessárias para defender os direitos da categoria bancária.
Brasília, 09 de setembro de 2025
Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito – CONTEC