A Americanas apresentou uma nova proposta a credores financeiros, com estrutura similar à anterior, mas que incluiu um aporte em dinheiro de R$ 10 bilhões na companhia com suporte de seus acionistas de referência, mas não houve acordo até o momento, informou a varejista nesta terça-feira (7) em fato relevante.
“A Companhia espera continuar mantendo discussões construtivas com seus credores em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades”, disse a empresa no comunicado.
Em meados de fevereiro, a Americanas propôs uma injeção de capital em dinheiro de R$ 7 bilhões com suporte dos acionistas Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles. A oferta, na ocasião, também foi rejeitada.
A Americanas disse nesta terça-feira que foram realizadas novas reuniões com credores financeiros nos últimos dois dias.
Ambos os valores propostos pela empresa incluem financiamento de R$ 2 bilhões já aportado.
Além do aumento de capital, a proposta de fevereiro ainda incluía a conversão de dívidas financeiras de cerca de R$ 18 bilhões, parte em capital e parte em dívida subordinada, e, adicionalmente, uma recompra de dívida de R$ 12 bilhões.
A Americanas indicou no fato relevante desta terça-feira que esses termos foram mantidos, à medida que disse que a nova oferta teve “estrutura similar” à anterior.
Nesta segunda (6), a 22ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) concedeu ao Bradesco a restrição dos bens dos conselheiros fiscais da Americanas, como garantia à dívida que a varejista tem com o banco.
Com isso, Carlos Alberto de Souza, Pedro Carvalho de Mello, Peter Edward Cortes Marsden Wilson, Ricardo Scalzo e Vicente Antonio de Castro Ferreira, conselheiros fiscais da Americanas, se tornaram alvo de protesto judicial, o que limita a movimentação do seu patrimônio.
Na prática, a decisão funciona como um “aviso à praça”: qualquer um que comprar um dos bens dos conselheiros está avisado que poderá ter o referido bem arrestado no futuro, como indenização.
A decisão, assinada pelo juiz Mario Chiuvite Júnior, é mais um capítulo na queda de braço dos maiores bancos do país com a varejista, que entrou em recuperação judicial em 19 de janeiro com dívidas declaradas de R$ 43 bilhões.
A maior dívida da Americanas está nas mãos dos bancos privados (R$ 19,5 bilhões), sendo o Bradesco o principal credor (R$ 5,1 bilhões). A lista segue com Santander (R$ 3,6 bilhões), BTG (R$ 3,5 bilhões), Itaú Unibanco (R$ 2,7 bilhões) e Safra (R$ 2,5 bilhões). Também fazem parte da lista de credores os bancos públicos Banco do Brasil (R$ 1,6 bilhão) e Caixa (R$ 500 milhões).
Fonte: Folha de S. Paulo
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