O mercado verde brasileiro pode movimentar cerca de R$1,3 trilhão em investimentos e novas receitas, o equivalente a 12% do Produto Interno Bruto (PIB), até 2030. Destes, cerca de 70% dos recursos devem ser alocados no desenvolvimento de um mercado de carbono e agricultura sustentável para que o Brasil se torne uma superpotência verde nos próximos anos, segundo um estudo recente divulgado pela Redirection International, empresa especializada em assessoria de fusões & aquisições.
Segundo o levantamento, feito com base em informações públicas de diferentes fontes, como por exemplo, anúncios do Governo Federal e previsões de empresas de consultorias globais, o potencial de geração de receitas com créditos de carbono até 2030 no Brasil pode chegar a até R$590 bilhões. “Apenas em termos do enorme mercado mundial de comercialização de carbono, o Brasil poderia se tornar uma espécie de Arábia Saudita neste segmento”, afirma o economista Adam Patterson, sócio da Redirection International e coordenador do estudo.
Além dos créditos de carbono, outra possibilidade para o país em termos financeiros é a própria agricultura sustentável, considerada hoje uma das principais fontes de renda para o desenvolvimento econômico do Brasil. Práticas mais sustentáveis de produção agrícola devem gerar oportunidades de negócios em torno de R$344 bilhões nos próximos anos, segundo dados do Blended Finance Taskforce.
Outra área de destaque que projeta o país como uma potência verde nos próximos anos são a possibilidade de produção de hidrogênio verde e biocombustíveis, assim como a produção de energias renováveis e a transformação da indústria sustentável.
“Com todo este capital natural, o país ocupa um lugar estratégico, tanto para a transição energética quanto para a descarbonização da economia global e para a produção verde de alimentos”, diz Patterson ao lembrar que o Brasil assumiu recentemente a presidência do G20.
O economista aponta que outra área que deve ser fortalecida com o desenvolvimento de uma bioeconomia e da expansão do mercado verde são as fusões e aquisições.
Patterson destaca que a visão para 2030 é otimista considerando a expansão deste mercado e as inúmeras possibilidades existentes no Brasil. Considerando as possíveis incertezas no mercado de carbono sobre os preços futuros do ativo e a demanda global e metodologias que serão usadas, um cenário mais conservador aponta um total de R$570 bilhões em negócios verdes no mesmo período.
Fonte: Estadão
www.contec.org.br