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TCU cobra explicações da Caixa sobre operação ‘arriscada’ e ‘atípica’ de R$ 500 milhões

postado Assessoria

O ministro-substituto do Tribunal de Contas da União (TCU) Marcos Bemquerer Costa decidiu nesta quarta-feira (17) cobrar explicações da Caixa Econômica Federal sobre a operação “arriscada” e “atípica” que o Banco Master ofereceu ao banco estatal e acabou barrada pela área técnica.

Como a equipe do blog revelou na última sexta-feira (12), dois gerentes da Caixa Asset, o braço de gestão de ativos do banco estatal, que avalizaram o parecer contrário à negociação de R$ 500 milhões com a instituição privada foram destituídos de seus cargos quatro dias após o documento ser protocolado nas instâncias internas do banco.

Costa despachou em substituição ao ministro Antonio Anastasia, que está de férias. Entre as medidas determinadas pelo magistrado, a Caixa deverá informar ao TCU em até dez dias a lista dos responsáveis pelas destituições dos gerentes que chancelaram o parecer, incluindo “nome completo, CPF, cargo e data de início no cargo”.

O ministro ainda determina que o banco informe à Corte de Contas a relação completa dos funcionários que participaram do processo de análise da oferta do Master, incluindo a cópia “dos atos de destituições contendo as motivações” e, no caso da ausência dessa informação, destacar que não foram apresentadas justificativas.

A Caixa também deverá fornecer à corte contábil um “dossiê completo” de todas as tapas em torno da negociação com o Banco Master, desde o ato que deu origem à análise do investimento e “todos os pareceres já elaborados”, bem como a explicação de como a proposta foi apresentada à Caixa Asset.

O ministro substituto também determinou que o banco estatal informe todas as operações já firmadas com o Master e as negociações em análise que estejam relacionadas ao banco privado “no âmbito de todo o conglomerado Caixa”, incluindo os valores envolvidos e o status das tratativas.

Outra informação cobrada pelo TCU é se existem operações entre a Caixa e o Banco Mater no âmbito das Vice-Presidência de Fundos de Investimento e Vice-Presidência Agente Operador, especificamente.

“As medidas revelam-se necessárias à instrução processual”, frisou o ministro-substituto do TCU.

A operação revelada na última sexta versa sobre letras financeiras do Master que receberiam um aporte de meio bilhão de reais da Asset e outros R$ 500 milhões por meio da tesouraria da Caixa, como revelamos na última terça-feira (16).

Quando o caso veio a público, a Caixa se limitou a informar que “as operações em negociação são sigilosas e ocorrem de acordo com a estratégia da empresa”.

Questionado após o despacho do TCU, o banco público informou que “apresentará todas as informações e esclarecimentos solicitados pelo Tribunal de Contas da União”.

Em entrevista ao blog, o CEO do Banco Master, Daniel Vorcaro, defendeu a operação milionária e disse que a compra é um “bom negócio”.

Crise na Caixa e repercussão

A crise aberta coma demissão dos gerentes que se opuseram à “arriscada” e “atípica” operação levou o subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, a entrar nesta segunda-feira (15) com uma representação no tribunal para que a Caixa Asset seja obrigada a esclarecer a compra de um lote de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master.

Fonte:O Globo

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