Belém recebe a partir desta quinta-feira, 6, a cúpula de chefes de Estado que precede a conferência climática das Nações Unidas (COP-30). Apesar da urgência, a agenda verde não tem ficado no topo das preocupações dos líderes nos últimos anos, o que sinaliza para dificuldades em mobilizar esforços e dinheiro nos próximos dias para frear o aquecimento global.
Diante dessa ausência de liderança, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta se projetar como mediador das negociações climáticas, mas enfrenta pressão pelas próprias contradições do governo na agenda ambiental.
Dados da ONU mostram que as novas metas de cortes de emissões propostas pelos países são insuficientes para evitar que o planeta aqueça menos de 2ºC ante o período pré-industrial, como projetava o Acordo de Paris.
Para piorar, há o fantasma do multilateralismo – e da ONU – em crise. Também pesam negativamente os conflitos bélicos, como a ofensiva do presidente russo Vladimir Putin na Ucrânia, o que enfraquece o engajamento da União Europeia na pauta.
Outra guerra – a comercial, agravada pelo tarifaço do presidente americano Donald Trump – também cria um cenário econômico incerto, em que os países hesitam em dar verba para a transição verde. Também parte de Trump outro problema para avançar nas conversas: o negacionismo climático, que ganha mais apoiadores, a exemplo do presidente argentino, Javier Milei.
Confira aqui a lista de líderes de países-chave para os debates da COP-30 no Brasil.
Fonte: Estadão
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