O Banco Central determinou que o Banco de Brasília (BRB), controlado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB-DF), retirasse de seu balanço consolidado do primeiro trimestre deste ano R$ 321 milhões em receitas.
Ofício do BC obtido pelo Painel S.A. revela que a instituição tentou inflar seus resultados até com o lançamento contábil de dividendos de operações sem aprovação do BC.
O caso se refere a um pagamento de R$ 75 milhões de uma operação de aumento de capital do BRB com ações da BRBCard que não tiveram aval do BC.
Outro lançamento indevido (de R$ 77 milhões) foi proveniente da alienação de participação societária relevante em uma empresa de loterias.
Segundo o ofício do BC, a liquidação financeira dessa operação deve ocorrer em sete anos.
Houve ainda R$ 169 milhões referentes a um deságio na aquisição de cerca de 30% das ações da BRBCard do governo do Distrito Federal.
Ao BC, o BRB informou ter considerado que o banco e o GDF, seu controlador e vendedor das ações, não fazem parte do mesmo grupo econômico, o que foi rechaçado pelo regulador.
A coluna questionou o BRB sobre cada um dos vetos do BC.
Por meio de sua assessoria, o banco só disse que cumpre todas as determinações do Banco Central e que elas estão refletidas nas demonstrações financeiras.
O BRB informou ainda ter alcançado nos últimos anos resultados recordes, tendo ampliado sua base de clientes de 650 mil para mais de 7 milhões e seus ativos de R$ 15 bilhões para R$ 45 bilhões, além de possuir clientes em 93% do território nacional.
“Um dos elementos importantes na transformação do BRB foi uma reorganização societária, que se encontra em fase de conclusão, além de operações de fusões e aquisições, dentre as quais a de lançamento de uma empresa de exploração de loterias”, disse em nota.
A instituição afirma seguir os padrões contábeis vigentes e que todas as suas demonstrações são auditadas por empresa de auditoria independente. Disse ainda que planeja uma operação de venda de ações (follow on) com o objetivo de reforçar a estrutura de capital e sustentar novo ciclo de crescimento.
Fonte: Folha de S. Paulo
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