O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou no ano passado um lucro líquido recorrente de R$ 12,5 bilhões, um salto de 46,2% na comparação com 2021, informou nesta terça-feira (14) o banco de fomento.
O resultado contábil líquido foi de R$ 41,7 bilhões, apoiado em fatores como receita de dividendos da Petrobras (R$ 17,2 bilhões), recebimento de valores devidos pela operadora Oi e alienação de ações de Eletrobras e JBS.
“Foi um recebimento recorde da Petrobras no ano passado e dificilmente isso vai se repetir. Tivemos vendas de ativos significativas em 2022, além de 4 bilhões extraordinários da Oi“, disse a jornalistas o diretor financeiro do banco, Alexandre Abreu, sobre o resultado do último ano do BNDES no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O diretor criticou a redução da carteira de crédito do BNDES. “A carteira de crédito hoje de 480 bilhões é igual a 2008. Era cerca de 7% do PIB e hoje é cerca 5%, uma perda de 30%. O banco reduz sua carteira de crédito de forma expressiva ao longo dos anos e isso é preocupante“, afirmou.
Segundo ele, antes da crise de 2008 o BNDES desembolsava o equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e chegou a subir a 3% em 2013 e 2014, mas hoje esse valor está em 1%. “O banco desembolsa metade do que fazia antes“, afirmou Abreu.
As participações societárias do banco somaram R$ 62,7 bilhões no ano passado, segundo o BNDES, sendo que 77% dos ativos estavam concentrados em Petrobras, JBS, Copel e Eletrobras.
O banco disse ainda que desde 2015 devolveu ao Tesouro R$ 873 bilhões, bem mais que os R$ 646 bilhões em desembolsos no mesmo período. “O banco desembolsou R$ 227 bilhões a mais para o Tesouro do que para o financiamento de setores como infraestrutura, indústria, micro, pequenas e médias empresas, entre outros”, disse o BNDES em nota.
Fonte: CNN
www.contec.org.br