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Brasil defende no 2º Fórum da Coalizão Global pela Justiça Social em Genebra transição de intenções para ações concretas

Fórum quer acelerar o progresso na dimensão social do desenvolvimento sustentável em todo o mundo com avanços concretos na promoção da justiça social

postado Luany Araújo

Genebra (Suíça) – O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu nesta quinta-feira (12) justiça social e o trabalho decente durante cerimônia de abertura do 2º Fórum da Coalizão Global pela Justiça Social, promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), no Palácio das Nações, em Genebra. O evento reuniu representantes de governos, organizações internacionais, sociedade civil e setor privado para discutir avanços concretos na promoção da justiça social como eixo do desenvolvimento sustentável.

Luiz Marinho destacou em sua participação o protagonismo do Brasil nesse sentido, lembrando que a iniciativa foi lançada no ano passado durante a 112ª Conferência Internacional do Trabalho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A iniciativa tem uma ambição ousada, quer acelerar o progresso na dimensão social do desenvolvimento sustentável em todo o mundo, não como um complemento, mas como um pilar central da nossa agenda global”, avaliou o ministro, ao defender que “a justiça social não pode ser apenas um ideal, ela precisa orientar políticas públicas, decisões econômicas e o desenho das instituições”.

Para o diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo, que abriu os trabalhos reforçando a urgência de um novo modelo de desenvolvimento centrado nas pessoas, “retomar os rumos anteriores à pandemia seria um equívoco perigoso, capaz de alimentar novas crises e aprofundar desigualdades”. Ele destacou que a justiça social e o trabalho decente devem estar no centro das decisões políticas e econômicas globais, sob risco de comprometer não apenas o presente, mas também o futuro das próximas gerações.

Ao lado do ministro Luiz Marinho e outras lideranças internacionais, Houngbo denunciou a persistência no mundo de práticas como o trabalho forçado, que atinge mais de 27 milhões de pessoas, e a discriminação no mundo do trabalho, com ênfase na disparidade salarial entre homens e mulheres. “Cada número representa uma pessoa privada de sua dignidade e de sua liberdade”, afirmou. Para o diretor da OIT, o avanço tecnológico, especialmente da inteligência artificial, impõe novos desafios, que devem ser enfrentados com base em compromissos concretos por justiça, igualdade e paz.

Justiça Social – Criada em 2023, a Coalizão é uma resposta aos crescentes déficits de justiça social e à necessidade de acelerar a Agenda 2030, diante de desafios como choques econômicos, crise climática, transformações tecnológicas e aumento da desigualdade. Com mais de 360 parceiros, a plataforma reúne governos, organizações de empregadores e de trabalhadores, agências multilaterais, setor privado e academia em torno de ações concretas para reduzir a pobreza, promover trabalho decente e ampliar oportunidades.

Articulação Política – O Fórum anual, realizado paralelamente à Conferência Internacional do Trabalho, marca a consolidação da Coalizão como espaço dinâmico de articulação política, troca de experiências e construção coletiva. A edição de 2025 incluiu sessões de alto nível e eventos paralelos interativos, com destaque para temas como salário digno, transição justa por meio do diálogo social, capacitação de jovens, práticas empresariais responsáveis, economia baseada em direitos humanos e uso da inteligência artificial com impacto social.

O ministro reforçou a importância de colocar as pessoas no centro das decisões. “Temos que substituir a lógica da maximização do lucro pela valorização do ser humano. A justiça social é o que dará sustentabilidade às nossas economias e coesão às nossas sociedades”, avaliou Luiz Marinho.

Segundo a chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do MTE, Maíra Lacerda, que atua na defesa das ações da Coalisão juntamente com a OIT para a expansão do grupo, “a delegação brasileira enfatizou no Fórum a necessidade de modernizar a governança econômica global, priorizar o crescimento inclusivo e fortalecer o diálogo social como ferramenta de formulação de políticas eficazes”.

Luiz Marinho acentuou que o reconhecimento de que salários dignos são um motor essencial do desenvolvimento social e econômico e vem ganhando força em escala global”, destacou o ministro, frisando que “apesar de avanços nos salários reais, milhões de trabalhadores ainda enfrentam remuneração insuficiente. No Brasil, temos trabalhado para fortalecer o poder de compra e reduzir desigualdades, com políticas salariais orientadas pela valorização do trabalho”, ressaltou.

Segundo o ministro, a Coalizão entrou em uma nova etapa: da ambição compartilhada à implementação concreta. “Chegou a hora de transformar compromissos em resultados tangíveis. A construção de políticas públicas deve estar alinhada aos objetivos da justiça social, com ações integradas nos níveis nacional, regional e global”, afirmou.

Durante o encontro o Brasil celebrou a recente adesão dos bancos públicos Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil à iniciativa, ampliando a presença de instituições públicas comprometidas com a causa. “É fundamental trazer para a Coalizão atores estratégicos do sistema financeiro e das políticas sociais. São eles que têm capacidade de induzir mudanças estruturais e gerar impactos reais na vida das pessoas”, disse.

Ao encerrar os trabalhos do Fórum, Luiz Marinho fez um balanço da participação brasileira e da caminhada da Coalizão no último ano. “Nosso último dia de atividade aqui em Genebra foi com a participação no Segundo Fórum Anual da Coalizão para fazer um balanço do que foi feito desde sua criação. A iniciativa foi lançada no ano passado durante a 112ª Conferência Internacional do Trabalho pelo presidente Lula. Como vice-presidente da Coalizão, junto com o diretor-geral da OIT, Gilbert Houngbo, agradeço a todos os países, empresas, organizações e parceiros sociais pelos exemplos inspiradores de ações. Juntos somos mais fortes e capazes de lidar com os desafios diversos de nossa sociedade.”

As expectativas para os próximos meses são de fortalecimento da articulação entre os parceiros, com maior coordenação de ações nos territórios, avanços concretos em políticas de proteção social, geração de empregos decentes e redução das desigualdades. “Precisamos manter o foco no que realmente importa: oferecer oportunidades, dignidade e esperança para quem mais precisa. A justiça social tem que ser uma realidade, e não apenas uma aspiração”, concluiu o ministro.

Fonte: gov

www.contec.org.br

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