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Covid atrasa igualdade de gênero em uma geração, diz Fórum Econômico Mundial

postado Assessoria

Fechar lacuna, no ritmo atual, vai levar 132 anos; Brasil fica em 94º lugar de lista com 146 países

O progresso global na redução da desigualdade de gênero tem sido lento demais para recuperar as perdas acumuladas durante a pandemia de Covid-19, de acordo com o mais recente relatório Global Gender Gap Report, do Fórum Econômico Mundial, publicado nesta terça-feira (12).

Segundo o documento, a Covid-19 atrasou o avanço da paridade de gênero em uma geração e a recuperação tem sido fraca demais para compensar as perdas. “À medida que a economia global entra em seu terceiro ano de disrupção contínua, levará mais 132 anos para fechar a lacuna de gênero”, diz a instituição.

O resultado de 2022 representa uma melhora em relação ao ano anterior, em que era preciso esperar 135,6 para acabar com a disparidade global de gênero já havia aumentado, mas não compensa a piora geracional que ocorreu nos anos de pandemia. Em 2020, essa lacuna era estimada em cem anos.

Em 94º lugar, de uma lista de 146 países, o Brasil tem uma população aproximada de 108,1 milhões de mulheres. Segundo o relatório, o país teve uma pequena melhora na diferença de oportunidades entre homens e mulheres, em relação a 2021.

O país teve pontuação de 0,696 (de 0 a 1), ficando classificado abaixo do Chipre (93º) e acima de Belize (95º). Na comparação com os vizinhos, o Brasil fica bem atrás de Argentina (33º), Guiana (35º), Peru (37º), Bolívia (51º), Uruguai (72º), Colômbia (75º) e Paraguai (80º).

“As mudanças mais significativas que o Brasil registrou este ano foram no indicador de Participação Econômica e Oportunidade, onde melhorou sua classificação em relação ao ano passado em quatro posições.”

Enquanto o Brasil ganha pontos nos quesitos igualdade de oportunidade educacionais (1 ponto), ainda patina na participação econômica e oportunidades (0,669) e empoderamento político (0,136).

De acordo com o relatório, a paridade de rendimentos estimados melhorou ligeiramente no Brasil (alta de 0,052 ponto), mas isso aconteceu, principalmente, porque a renda dos homens diminuiu: em 2022, as mulheres ganham 1% a mais do que em 2021, enquanto os homens ganham 7% menos.

A igualdade salarial para trabalhos semelhantes também melhorou, com um aumento de pontuação de 0,017. O único indicador em que o Brasil apresenta desempenho inferior ao ano passado é o de empoderamento político.

Na comparação regional, a América Latina e o Caribe ocupam o terceiro lugar de todas as regiões, depois da América do Norte e da Europa, no índice geral. A região superou 72,6% da lacuna de gênero, um aumento de quase 0,4 ponto percentual desde a edição anterior. Com base no ritmo atual de progresso, a América Latina e o Caribe fecharão sua lacuna de gênero em 67 anos.

Seis dos 22 países latinos analisados melhoraram sua pontuação de diferença de gênero em pelo menos um ponto. Entre eles, Peru, Guiana e Chile foram os que mais subiram em suas pontuações de paridade de gênero.

Por outro lado, países mais populosos, como Brasil, México e Argentina, apresentaram estagnação nas pontuações.

Nos primeiros lugares do ranking, aparecem Islândia, Finlândia, Noruega, Nova Zelândia e Suécia. Esses cinco países tiveram pontuações de 0,91 a 0,822 (na escala de 0 a 1).

Na outra ponta, as piores pontuações são de Afeganistão (146º), Paquistão (145º) e da República Democrática do Congo (144º) —com pontuações indo de 0,44 a 0,58.

O tema da desigualdade de gênero, não apenas no mercado de trabalho, ganhou destaque durante os anos de crise sanitária. Um estudo de 2021 da ONU (Organização das Nações Unidas), baseado em 13 países, apontou que 45% delas relataram ter sofrido ou conhecer alguém que sofreu alguma forma de violência durante a pandemia.

Para este ano, a ONU anunciou que seu tema era “Igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável”. Os eventos da organização vão reconhecer como mulheres ao redor do mundo estão respondendo às mudanças climáticas.

  • RANKING DA IGUALDADE DE GÊNERO, DO FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL:

ColocaçãoPaísesPontuação (0-1)
Islândia0,908
Finlândia0,860
Noruega0,845
Nova Zelândia0,841
Suécia0,822
92ºIndonésia0,697
93ºChipre0,696
94ºBrasil0,696
95ºBelize0,695
96ºNepal0,692
142ºChade0,579
143ºIrã0,576
144ºRep. Democrática do Congo0,575
145ºPaquistão0,564
146ºAfeganistão0,435

Fonte: Folha de S. Paulo

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