A Equatorial contratou bancos para levantar mais de R$ 5 bilhões para compor a estrutura de capital a fim de financiar a aquisição da fatia de 15% no processo de privatização da Sabesp, apurou o Estadão/Broadcast. Os bancos farão um empréstimo de 18 meses, garantido por debêntures, para posteriormente viabilizar uma saída com venda ao mercado. A Equatorial terá de desembolsar no mínimo R$ 7 bilhões para entrar na Sabesp.
A estrutura é semelhante à utilizada pela Iguá e pela Aegea para financiar a concessão dos serviços da Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae), que passou em 2021 para a iniciativa privada.
Em seu site, a Equatorial informou, em documento publicado nesta terça-feira, 2,que possui um empréstimo-ponte garantido e que tem diversas alternativas a serem exploradas para a contratação do financiamento de longo-prazo para a aquisição.
A Equatorial foi a única companhia a fazer uma oferta para se tornar investidor de referência da Sabesp privatizada. A companhia se qualificou com uma ordem de R$ 67,00 por ação, acima do mínimo de referência estabelecido pelo governo e cujo valor não foi revelado. O processo de venda da fatia de 17% ao mercado ocorre no dia 18 próximo.
Exclusividade
A Equatorial, que propôs pagar ao governo de São Paulo R$ 6,9 bilhões por 15% da Sabesp, tem como objetivo transformar a empresa paulista em seu “veículo exclusivo” para investimentos em saneamento, um setor que vai precisar de R$ 900 bilhões em investimentos no Brasil para levar água e esgoto a 100% da população nos próximos anos.
A empresa divulgou uma apresentação nesta terça-feira, 2, que está fazendo a investidores para mostrar as razões de sua aposta na empresa do governo paulista, a segunda maior companhia de saneamento do mundo.
“Sabesp é a plataforma melhor posicionada para buscar oportunidades de crescimento inorgânico”, afirma a Equatorial, destacando que nos últimos 5 anos tem “consistentemente analisado” oportunidades no setor de saneamento.
A empresa de Saneamento de São Paulo é descrita como tendo “perspectiva robusta de crescimento” pela frente, além de possuir todas as receitas reguladas, o que garante “alta previsibilidade e estabilidade” do fluxo de caixa da companhia.
“A plataforma será operada por uma das principais companhias de utilities no Brasil, reconhecida por retornos excepcionais no longo prazo”, afirma a Equatorial. A empresa de energia promete utilizar sua “extensiva experiência na realização” de investimentos (capex) para otimizar a performance financeira da Sabesp.
A companhia ressalta ainda que o modelo de governança proposto pelo governo paulista na privatização “facilita uma colaboração efetiva” entre as partes, “garantindo a realização dessas alavancas de valor”.
Em parceria com o governo paulista, a Equatorial poderá eleger o presidente do conselho de administração da Sabesp e da companhia, além de participar das principais decisões da companhia, ressalta o documento.
A Equatorial, que teve receita líquida de R$ 40,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024, tem uma concessão de saneamento, que atende 800 mil pessoas. Já em energia, tem 14 ativos de geração, 7 linhas de transmissão e 7 distribuidoras.
Fonte: Estadão
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