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Fraudes do setor bancário acontecem também em jogos e apostas on-line, afirma Serasa

Entre apostadores frequentes, 31% foram vítimas; pesquisa mapeou motivação para apostas: 10% dos jogadores com baixa renda enxergam a atividade como investimento

postado Luany Araújo

Considerando as pessoas que fizeram algum tipo de aposta on-line no último ano, no Brasil, apenas um em cada dez afirma ter sido vítima de golpe. Esse número, no entanto, triplica entre os apostadores frequentes. Desses, 31% relatam ter sofrido fraudes, segundo uma pesquisa feita pela Serasa Experian. Vazamento de informações pessoais e bancárias e acesso indevido a contas são os problemas mais comuns.

Entre aqueles que já foram vítimas de fraudes em sites e aplicativos que ofereciam apostas ou jogos de azar on-line, um quinto teve as informações pessoais usadas para criação de uma conta em seu nome. Pedro Moreno, gerente executivo de Prevenção à Fraude da Serasa Experian, diz que o cenário de fraudes se assemelha às práticas que existem no setor bancário.

— É um movimento de fraudes muito parecido com o que a gente vê em telefonia e bancos — avalia o especialista. — No caso dos bancos, a criação de contas com dados alheios são as chamadas “contas laranjas”, que é quando uma pessoa abre uma conta no banco e vende para o fraudador cometer crimes, como para receber dinheiro do golpe do Pix. A causa e o uso nas casas de apostas são diferentes, mas a fraude é similar.

O vazamento de dados foi o tipo de fraude citada por quase metade dos entrevistados. O relato de 28% é de que as informações do cadastro foram usadas em outros sites e apps enquanto 20% apontaram vazamento dos dados financeiros. O acesso indevido a contas é citado por 34% dos apostadores.

— O principal golpe é o uso de dados de forma indevida e a invasão de conta, justamente porque uma prática comum que existe no mercado (de bets) é a venda de contas negativadas — explica Moreno. — Os apostadores compram contas que tiveram perdas porque a taxa de ganho tende a ser maior. Eles buscam a conta negativada porque a chance de retorno é maior.

A avaliação do especialista é que as regras definidas pelo Ministério da Fazenda para o setor devem reduzir a prática, já que a regulação exige que os jogadores sejam identificados por documentos e sistema de reconhecimento facial com prova de vida.

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