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HSBC vai vender ativos na Argentina em meio à reforma econômica de Milei

postado Assessoria

O presidente argentino, Javier Milei, está tentando atrair investimentos estrangeiros para ajudar a estabilizar uma economia em declínio. No entanto, algumas grandes empresas internacionais estão abandonando o país.

HSBC anunciou nesta segunda-feira seus planos de vender o seu negócio na Argentina para o Grupo Financiero Galicia por US$ 550 milhões, juntamente com uma perda pré-impostos de US$ 1 bilhão. A Clorox encerrou suas operações lá, enquanto a Exxon Mobil também pode se retirar.

Isso acontece após o Banco Itaú ter se retirado no ano passado, enquanto o Walmart, Falabella e a Latam partiram durante a pandemia.

A unidade do HSBC na Argentina “gera uma considerável volatilidade nos ganhos para o grupo”, disse o CEO Noel Quinn em um comunicado nesta terça-feira, acrescentando que seu negócio lá tem “conectividade limitada com o resto de nossa rede internacional”.

As decisões de saída ocorrem em meio à pior crise econômica da Argentina em mais de duas décadas. Os analistas esperam que a economia contraia pelo segundo ano consecutivo. Para ajudar a combater a inflação e reduzir o déficit fiscal, Milei desvalorizou o peso em mais de 50% e reduziu os gastos do governo. Embora a inflação mensal tenha desacelerado — ainda em níveis de crise — os analistas consultados pela Bloomberg projetam que os preços tenham aumentado quase 300% ao ano em março.

— Há muito interesse na Argentina no exterior, mas os investidores estrangeiros estão esperando disciplina fiscal e mudanças sustentáveis — disse Fabian Kon, CEO do Galicia, ressaltando a necessidade de instituições fortes no país.

Enquanto algumas multinacionais saem, os cortes de Milei nos gastos públicos e na oferta monetária têm provocado um boom em grande parte impulsionado por fundos de hedge e investidores locais argentinos: o mercado de ações subiu 35% em dólares e os títulos soberanos com vencimento em 2029 subiram 47% até agora este ano. Com esse rali como pano de fundo, os traders em Buenos Aires acreditam que o investimento estrangeiro ainda não fluiu para os mercados de capitais ou a economia real.

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