Isso equivale a 17,9% da população, o segundo maior patamar desde 2012. País ainda tem 4 milhões de pessoas sem qualquer tipo de remuneração: não têm emprego, nem recebem recursos de aposentadoria ou benefícios sociais
No Brasil, 38,7 milhões de pessoas vivem em lares sem qualquer renda do trabalho, nem mesmo o informal. Elas representavam 17,9% da população em 2021, o segundo maior patamar já registrado desde 2012.
Só perde para o de 2020, quando o isolamento social para evitar a propagação da pandemia impediu que parte relevante dos trabalhadores, principalmente os sem carteira assinada, conseguisse trabalhar.
— Apesar da melhoria recente, nunca se trabalhou tão pouco assim. Isso significa que uma série de pessoas está vivendo exclusivamente de rendas assistenciais, estratégias precárias e previdência de baixa remuneração. A renda informal não retornou para as famílias no mesmo nível de antes. São menos recebedores, com renda menor e vínculos mais frágeis — afirma o sociólogo Rogério Barbosa, professor do Iesp/Uerj, que fez o levantamento.
Além de ganhos com o trabalho, as famílias podem receber aposentadorias, pensões, benefícios sociais, aluguéis, juros e dividendos. A maior parte tem remuneração do trabalho, que costuma corresponder a 75% da renda familiar.
Mas há 2% da população, cerca de 4 milhões de pessoas, que não recebem qualquer tipo de remuneração. Esse percentual dobrou em relação a 2012 e representa a maior parcela já registrada de brasileiros sem qualquer tipo de renda.