O BC (Banco Central) afirmou que a política tarifária dos Estados Unidos exige cautela por parte de países emergentes. Na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada nesta terça-feira (5), o colegiado sinalizou que a taxa básica de juros deve permanecer em um patamar elevado por um período “bastante prolongado”.
“A elevação por parte dos Estados Unidos das tarifas comerciais para o Brasil tem impactos setoriais relevantes e impactos agregados ainda incertos a depender de como se encaminharão os próximos passos da negociação e a percepção de risco inerente ao processo”, diz a ata do Copom.
Na última reunião, o colegiado decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano como estratégia compatível para a convergência da inflação para a meta. No entanto, o Copom enfatizou que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.
“Os núcleos de inflação têm se mantido acima do valor compatível com o atingimento da meta há meses, corroborando a interpretação de uma inflação pressionada pela demanda e que requer uma política monetária contracionista por um período bastante prolongado”, diz o documento.
O documento ressalta que as expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta. Para este ano, a meta da inflação é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
“As expectativas de inflação, medidas por diferentes instrumentos e obtidas de diferentes grupos de agentes, mantiveram-se acima da meta de inflação em todos os horizontes, mantendo o cenário de inflação adverso. Nos horizontes mais curtos, a partir da divulgação dos dados mais recentes, observou-se uma queda nas expectativas de inflação. Para os horizontes mais longos, por outro lado, não houve alteração relevante”, diz a ata.
No cenário doméstico, o Copom afirma que a conjuntura de atividade econômica tem indicado certa moderação no crescimento, corroborando o cenário delineado pelo colegiado. Apesar disso, o mercado de trabalho ainda mostra dinamismo.
Por outro lado, o mercado de crédito tem apresentado uma moderação mais nítida, com recuo nas concessões de crédito livre e elevação nas taxas de juros e de inadimplência.
No crédito às pessoas físicas, há um aumento do comprometimento da renda familiar com o serviço das dívidas e um maior pagamento do que contratação de dívida por parte das pessoas físicas.
“Algumas medidas recentes, como o consignado privado, têm tido menor impacto do que era esperado por muitos participantes do mercado”, diz a ata do Copom.
Fonte: CNN
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