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Vou pagar mais ou menos Imposto de Renda com nova regra? Ferramenta do GLOBO mostra impacto para cada um

Quem ganha até R$ 5 mil ficará isento. Na alta renda, muda a sistemática de cobrança, com criação de alíquota mínima. Impacto para o contribuinte vai depender do perfil de seus rendimentos

postado Maria Clara

A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, aprovada hoje no Senado, virá acompanhada de uma nova forma de tributação dos brasileiros de alta renda. Os que ganham a partir de R$ 600 mil por ano terão uma alíquota mínima de IR que chegará a 10%. Mas isso não significa que todos nessa faixa de renda terão aumento de imposto. Vai depender do perfil do contribuinte. Ferramenta do GLOBO mostra como fica a situação no seu caso. Confira aqui.

A ferramenta foi elaborada com a supervisão de Paulo Henrique Pêgas, professor de contabilidade do Ibmec-RJ.

O projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda já havia sido aprovado na Câmara e agora será enviado ao Executivo para a sanção do presidente Lula. Dessa forma, as novas regras poderão valer em 2026, ano em que o presidente deve concorrer à reeleição.

 

Como fica a tributação para a alta renda?

Haverá a criação de alíquotas mínimas para quem ganha acima de R$ 600 mil por ano. Esse percentual será de até 10%. Não se trata de alíquotas adicionais, mas sim de um patamar mínimo de IR a ser pago. Ou seja, nada muda para quem já paga hoje o IR em patamares superiores a esse mínimo, como no caso de quem tem seus rendimentos vindo exclusivamente de empregos assalariados com carteira assinada.

O Ministério da Fazenda estima que a nova sistemática só vai aumentar a tributação para 141 mil contribuintes, que hoje pagam uma alíquota inferior a este patamar mínimo de até 10%.

A alíquota mínima terá uma “escadinha”, chegando a 10% só para quem ganha acima de R$ 1,2 milhão por ano. Confira a seguir.

Alíquota mínima por faixa de renda

Renda anual (R$) Alíquota (%)
600.000
650.000 0,833%
680.000 1,333%
700.000 1,667%
800.000 3,333%
850.000 4,167%
950.000 5,833%
1.000.000 6,667%
1.200.000 10%

E como fica para quem ganha até R$ 5 mil?

 

O projeto do governo prevê isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Hoje, só é isento quem ganha até R$ 3.036 por mês, ou seja, até dois salários mínimos. A partir da sanção do presidente Lula, quem ganha até R$ 5 mil não pagará mais IR.

Além disso, haverá um alívio parcial para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 por mês, com redução no IR pago. Clique aqui e confira a calculadora do GLOBO que mostra o impacto para essas faixas de renda, confira aqui.

Impacto para quem é enquadrado no Simples

 

Quem pagará mais com a nova alíquota mínima serão os contribuintes cuja renda venha predominante do lucro de empresas, tipo de rendimento que atualmente não paga Imposto de Renda sobre Pessoa Física (IRPF), estima Pêgas.

É o caso, por exemplo, dos profissionais liberais que prestam serviços por meio de empresas enquadradas no Simples, sistema simplificado para firmas com faturamento de até R$ 4,8 milhões por ano.

— Tem muita gente no Simples que tem renda de R$ 150 mil, R$ 180 mil, R$ 200 mil, ou R$ 300 mil. São profissionais liberais, prestadores de serviços, que ficaram na faixa do Simples. A renda deles é alta, porque a empresa quase não tem despesa, e o lucro que eles recebem é todo isento. Então, eles vão ter que pagar mais, porque o IR que incide sobre eles (atualmente) é muito pequeno — afirma Pêgas.

Médicos e dentistas
Segundo o professor, o IRPF mínimo deixará mais igualitário o tratamento que hoje é diferente para contribuintes com a mesma faixa de renda.

Quando se compara a tributação de um executivo que trabalhe de carteira assinada com a de um médico que tenha empresa para operar o consultório, ambos com ganho anual de R$ 5 milhões, o primeiro paga muito mais IR.

— O executivo paga 23% ou 24% de alíquota efetiva. O médico, como tem uma série de benefícios na empresa dele, por conta de lucro presumido, de ser caracterizado como serviço hospitalar, a tributação total dele, mesmo colocando o contador como despesa, vai a 8% ou 9% (de alíquota efetiva) no máximo. Esse médico, quando botar esses R$ 5 milhões para dentro, estará lascado — diz Pêgas.

 

Fonte: O Globo

www.contec.org.br

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