O mercado internacional de dívida começou o ano agitado, com uma série de captações de empresas e governos, de países emergentes e desenvolvidos. O México fez a primeira operação do ano, e conseguiu fazer a maior emissão de títulos (bonds) de sua história, de US$ 7,5 bilhões, em uma captação que teve US$ 20 bilhões em ordens de investidores internacionais, segundo fontes, atraídos pela boa reputação fiscal do país e o fato de a economia mexicana, ao contrário do Brasil, ser classificada como boa pagadora, ou seja, está no seleto grupo de grau de investimento.
Até esta segunda-feira, já foram anunciadas mais de 15 emissões de empresas e governos. A que está gerando mais repercussão é uma emissão externa da Arábia Saudita, em dólar, que até o começo da tarde tinha demanda superior a US$ 20 bilhões. Uma das tranches terá prazo de 30 anos, assim como os papéis do México.
Na primeira semana de 2024, governos da Indonésia, Coreia do Sul, Polônia e Eslovênia foram ao mercado de dívida, assim como empresas, incluindo duas da América Latina, o Banco de Crédito del Peru, e a empresa mexicana de alimentos Bimbo, todos com forte demanda. Esta última captou US$ 1,250 bilhão esta semana, com ordens de compra que superaram US$ 7 bilhões. Mas o Brasil ainda não apareceu no mercado. Há rumores de que o Tesouro poderia voltar a emitir, após fazer em novembro uma oferta de US$ 2 bilhões em bônus verdes.
Empresas brasileiras estão sondando interesse do investidor
Nos bancos de investimentos, executivos comentam que algumas empresas brasileiras estão fazendo sondagens com investidores, muitas delas nomes já conhecidos no mercado internacional de dívida, mas que estavam ausentes há algum tempo, por causa dos juros altos, e podem captar recursos lá fora em breve, seja para pagamento de dívidas ou para reforçar o caixa.
Demanda de investidor internacional por papel do Brasil existe, garante um executivo de um banco americano. No ano passado, o ambiente estava mais hostil para captações no começo do ano, pois o banco central americano ainda subia juros. Agora, a discussão é de queda. Hoje, o Bank of America manteve a previsão de que o primeiro corte de juros depois do longo aperto deve vir em março.
Fonte: Estadão
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