MARCELO QUEVEDO DO AMARAL – Presidente da Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef)
A Caixa terá um relevante papel no Brasil nos próximos anos consoante com a história construída em 16 décadas de existência. Fundada por dom Pedro II em 1861, assistiu não apenas ao epílogo da Monarquia como também a distintas conformações da República — para em períodos de normalidade democrática, ora sob regimes de exceção que custaram mais do que a liberdade dos cidadãos. Em todos esses momentos, a estatal foi um pilar sólido para a organização do Estado e, agora mais do que nunca, qualquer projeto de desenvolvimento para o país passa mais uma vez pelo banco.
Nas inúmeras crises — políticas e financeiras, sobretudo — que têm acometido o país desde sua fundação, a Caixa destacou-se na condução de políticas públicas e projetos, consolidando-se como o banco comprometido com a resolução dos problemas dos brasileiros.
Ser o maior parceiro dos brasileiros, reconhecido pela capacidade de transformação, com eficiência e rentabilidade é a missão vital da Caixa, compartilhada com o governo federal, estados e municípios, tanto na execução das políticas públicas quanto na assessoria aos entes federados, de modo a viabilizar soluções para as deficiências estruturais que dificultam nosso desenvolvimento.
Tal arranjo só é possível porque a Caixa opera as políticas governamentais de forma harmônica com quaisquer governos, independentemente de matizes ideológicos ou vínculos partidários — com uma condução técnica, ética e comprometida com a supremacia do interesse público. A importância desse trabalho está mais do que comprovada, seja na administração de fundos como o FGTS ou de programas como o Bolsa Família, seja por intermédio do patrocínio ao esporte e à cultura nacional ou da concessão de crédito às pessoas físicas e jurídicas.
A Caixa recentemente tem assumido a vanguarda das ações que influenciam positivamente a vida dos brasileiros. Para tanto, coloca toda sua experiência e infraestrutura física não apenas na busca do lucro, mas principalmente voltada ao crescimento econômico com distribuição de renda e no combate à pobreza — tarefa que ganha dimensão prioritária no momento em que muitos não conseguem suprir as necessidades básicas.
Nesse processo, a capacidade técnica é indispensável para a elaboração de projetos capazes de articular os esforços do poder público e do setor privado para a resolução de problemas de saneamento, segurança, saúde, educação, habitação e manejo de resíduos, além de outros gargalos que prejudicam o desenvolvimento e comprometem o bem-estar da coletividade. Nessa perspectiva, também pode levar a assessoria técnica somando forças aos municípios na elaboração e execução de projetos de interesse das comunidades, especialmente em questões que implicam a articulação de consórcios intermunicipais ou atingem regiões metropolitanas, microrregiões ou aglomerações urbanas.
Pensando nisso, o Comitê Popular de Luta em Defesa da Caixa elaborou um documento com a consolidação das propostas para o banco a partir deste ano. A peça, que já foi entregue ao governo recém-empossado, reúne mais de 300 propostas recebidas por empregados e aposentados de todo o país — incluindo o pedido por uma reestruturação da política de pessoal, com vistas a combater a gestão autoritária e o assédio; a revisão do empréstimo consignado para os beneficiários do Bolsa Família (que pode até mesmo ser perdoado pelo novo governo); e a revisão da legislação que permitiu sites de aposta esportiva que estão fazendo sucesso ultimamente.
Enfim, neste momento em que necessitamos retomar o desenvolvimento econômico, gerar empregos e reduzir as desigualdades sociais, a Caixa mais que nunca pode contribuir com o Brasil na edificação de um país justo e solidário para todos — olhando para o futuro, com a experiência do passado e dedicando-se ao presente. São incontáveis os desafios do quadriênio que nasce e a Caixa certamente permanecerá comprometida com a concretização dos direitos sociais do nosso povo e com o desenvolvimento do nosso amado Brasil.