O Banco do Brasil fechou, ao lado do BNP ParIBAs e o Standard Chartered Bank, a primeira operação de crédito de carbono no exterior. Trata-se de uma preparação para um passo além: o BB está criando uma estrutura para a negociação de créditos de carbono no Brasil, de olho em um mercado de bilhões de dólares.
Na operação, o banco atuou como intermediador. Comprou 5 mil créditos de carbono do Projeto Envira Amazônia, focado na preservação e recuperação de floresta, do antigo dono, o BNP Paribas, e os vendeu para o Standard Chartered Bank no exterior. Segundo o vice-presidente de Negócios de Atacado do BB, Francisco Lassalvia, a transação-piloto valida o novo modelo de negócios do BB, que é justamente a criação de uma mesa de negociação de créditos de carbono no Brasil.
Por trás, está um potencial pouco explorado e em ascensão no mundo. No ano passado, o mercado voluntário global de créditos de carbono atingiu US$ 2 bilhões em volume de negociação. A expectativa é de que o segmento alcance a marca de US$ 20 bilhões até 2030, de acordo com a consultoria Way Carbon. Estima-se que desse potencial, o Brasil poderá responder por cerca de 20% a 30%.
“O ineditismo desta operação reforça o nosso posicionamento de vanguarda em um novo mercado, gerando negócios e potencializando ainda mais a sustentabilidade de forma global”, diz Lassalvia, que integra a comitiva do banco a Marrakesh, no Marrocos, para as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
A presidente do Standard Chartered no Brasil, Germana Cruz, diz que a transação reforça a visão do banco de que o País será “peça chave no caminho para a descarbonização”. O francês BNP reforça a liderança brasileira neste mercado global.
Criado com foco na comercialização de créditos de carbono, o Projeto Envira é certificado pela Verra, maior do mundo na área, e atua na proteção de mais de 200 mil hectares de floresta amazônica. Conta ainda com o selo CCB – Climate, Community and Biodiversity, que garante que parte dos créditos gerados seja revertido em ações em prol da comunidade local.
Fonte: Estadão
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