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Brasileiros acumulam dívidas em cada vez mais lugares diferentes

postado Assessoria

O endividamento dos brasileiros cresceu e se espalhou por diferentes setores da economia: vai dos bancos ao varejo, das faculdades aos provedores de banda larga. Essa é a constatação de um levantamento realizado pela MGC Holding, empresa especializada na recuperação de créditos vencidos. Na média, as pessoas inadimplentes têm contas em aberto em 11 lugares diferentes, o que representa um salto em relação aos níveis históricos, de apenas 3 lugares.

Isso acontece quando o devedor acumula faturas não pagas de cartões de crédito, empréstimos bancários, boletos de água, luz, internet, escola, plano de saúde, crediário do comércio e afins. “Houve degradação horrorosa da população economicamente ativa”, ressalta o sócio-diretor da MGC Holdings, Eduardo Martins.

“Nunca vi situação tão crítica”. A companhia atua na compra das carteiras de “crédito podre” (ou non performing loans, no jargão do mercado), que são dívidas vencidas e não pagas. A venda desses ativos é uma alternativa para bancos e empresas receberem ao menos um porcentual do valor original em aberto. Por parte do comprador, o interesse está em lucrar com a recuperação de uma parte da dívida principal.

A MGC tem carteiras de 47 origens diferentes, que totalizam 34 milhões de CPFs. Na média, esses brasileiros têm dívida de R$ 1,2 mil (que chegaria a R$ 3,5 mil se considerados multa e juros). “Nós pesquisamos o CPF e acabamos encontrando o mesmo devedor em diferentes bancos, varejistas, operadoras de telefonia, faculdade. Tem de tudo”, conta Martins.

A  consequência dessa contaminação é o congelamento do poder aquisitivo, uma vez que as pessoas nessa situação já não têm mais crédito aprovado para compras, nem conseguem recorrer a um novo cartão ou financiamento. Isso ajuda a explicar as quedas expressivas nas vendas de carros, eletrodomésticos, materiais de construção e móveis, entre outros bens que dependem de crédito para a comercialização.

“É um sinal grave de que a economia vai travar porque esse CPF não tem mais como buscar recursos para continuar consumindo ou mesmo pagar as contas em aberto”, alertou o sócio da MGC. Na sua avaliação, a melhor saída passa pela queda dos juros, o que, por sua vez, depende de estabilidade inflacionária e controle das contas públicas.

Outra opção para o curto prazo é o Desenrola Brasil, programa prometido pelo governo federal para ajudar na quitação de contas atrasadas. “Se não reabilitar esse pessoal, a roda da economia não vai girar”.

Fonte: Estadão

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