O tema da reunião da Comissão Tripartite de Emprego, na 110ª Conferência da OIT, em Genebra (Suíça), se concentrou nos intensos debates sobre a utilização da inteligência artificial, gestão algorítmica e a digitalização no mundo. Após muitos questionamentos levantados sobre as vantagens e prejuízos nas relações trabalhistas e os impactos nos empregos, o grupo preferiu deixar o aprofundamento dos debates em outubro, quando será realizado o Seminário sobre a Digitalização no Sistema Financeiro.
“Iniciamos essas conversas ainda em 2015, quando da Declaração do Centenário da OIT, suspendemos os debates por ora, embora a digitalização seja uma realidade em todos os setores e atividades em todo o mundo”, afirmou Lourenço Prado, presidente da CONTEC e secretário de Relações Internacionais da OIT.
Um consenso é certo entre os participantes da comissão tripartite é necessário que seja criado um ambiente político adequado para colher os benefícios da digitalização. “No caso, especialmente do sistema financeiro, a sociedade vê muitos avanços tecnológicos e facilidades, mas há algo que não podemos deixar de lado, quais políticas serão desenvolvidas para estimular a digitalização sem impactar negativamente nos empregos”, avaliou Prado.
Para ele, são necessárias medidas que visem a garantir ainda do trabalho remoto e outros arranjos de trabalho para aumentar a produtividade, estimular a manutenção do emprego e ainda promover oportunidades de trabalho decente com inclusão.