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Consumo de alimento fora de casa tem alta real de 9,7% em março

postado Assessoria Igor

O brasileiro aumentou o consumo em alimentação fora de casa no mês de março, segundo pesquisa do Instituto Foodservice Brasil (IFB). As vendas de grandes redes de lanchonetes e restaurantes cresceram 14,4% em março de 2024 ante março 2023, em termos nominais. Se descontada a inflação no período, houve um avanço real de 9,7% no volume vendido, melhor desempenho desde janeiro de 2023.

O ticket médio gasto pelo consumidor nas redes também aumentou, uma alta de 2,7% no período de um ano, já descontada a inflação do período, alcançando R$ 42,50 em março de 2024, ante R$ 41,40 em março de 2023.

“O ticket médio, na verdade, não reflete apenas a inflação. Ele reflete também o hábito das pessoas. Por exemplo, o consumo de mais itens. Quando você consome mais itens, você aumenta a cesta de consumo, por consequência, o ticket médio. Quando essas redes fazem aquela promoção de combo, por exemplo, sanduíche e refrigerante, e você acaba consumindo sobremesa, você acaba aumentando o ticket médio. Ou seja, é uma composição de consumo de mais ou menos itens”, explicou Ingrid Devisate, vice-presidente executiva do IFB.

A pesquisa é realizada mensalmente com 17 grandes redes de alimentação fora do lar associadas ao IFB. Entre os associados ao instituto estão Mc Donald’s, Bob’s, Habib’s, Burger King, AmPm, Giraffas e Domino’s.

O deflator usado para obter o volume real de vendas é o item alimentação fora do domicílio, apurado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos 12 meses encerrados em março de 2024, os preços da alimentação fora de casa acumulavam uma alta de 4,71% pelo IPCA.

O estudo mostrou ainda que houve um aumento de 8,6% no número de transações efetuadas, ou seja, de vendas efetivadas a clientes, em março deste ano ante o mesmo mês do ano passado. As lojas localizadas nos centros comerciais, como shoppings, supermercados, aeroportos e strip malls, registraram um crescimento de 12,9% no faturamento em março, ante igual mês de 2023, enquanto as lojas de rua tiveram expansão de 16,2%.

O resultado apurado contabiliza tanto alimentos consumidos em estabelecimentos comerciais quanto os entregues via serviços de delivery. A participação do canal delivery nas vendas subiu de uma fatia de 21,5% em fevereiro para 22,8% em março, maior resultado desde abril de 2023, quando essa proporção alcançou 23,3%.

“Antes da pandemia, o volume de vendas do delivery era de 9% nos gastos no total Brasil. Durante a pandemia, ele ultrapassou, chegou a 26%, até 27%, quase 30% (do volume de vendas). E aí ele agora representa 20%. Ele não vai voltar mais ao patamar que era em 2019, antes da pandemia. Mas ele também não supre o que as vendas pelo estabelecimento representam”, relatou Devisate.

O volume vendido via delivery aumentou 178% em comparação ao período pré-pandemia. As refeições feitas presencialmente nos estabelecimentos têm recuperado importância nas vendas desde a reabertura dos restaurantes, após o choque inicial provocado pela covid-19, mas essa modalidade permanece abaixo dos patamares de 2019.

No terceiro trimestre de 2019, o consumo na loja respondia por 50% das vendas, caindo a 27% no terceiro trimestre de 2020. No terceiro trimestre de 2023, o consumo no local já representava 44% do total de visitas, o que mostra recuperação, porém ainda abaixo do patamar pré-pandemia. Há melhora no consumo nesse setor, mas ainda é cedo para comemorar, frisou a executiva.

“O volume de vendas em 2023 fechou em R$ 216 bilhões. Em 2022, era de R$ 215 bilhões”, contou Devisate. “Não teve um aumento muito grande. Então não é que a gente possa comemorar muito. Está acontecendo uma recuperação, mas lenta.”

O IFB espera um desempenho melhor neste ano e no próximo, com alta real de 5% nas vendas tanto em 2024 quanto em 2025. A redução na taxa de desemprego e o aumento na massa salarial têm favorecido o setor de alimentação fora de casa, mas ainda há instabilidade.

“As perspectivas para os próximos dois anos, elas dependem de um crescimento consistente da economia”, apontou a executiva, defendendo que um avanço sólido na atividade econômica, que garantisse ganho real na renda e redução no endividamento, levaria a uma alta sustentável do consumo.

Fonte: Estadão

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