Início » Governo confirma deputado Pedro Lucas como novo ministro das Comunicações

Governo confirma deputado Pedro Lucas como novo ministro das Comunicações

Lucas vai ocupar lugar de Juscelino Filho, que pediu demissão após denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por desvio de emendas parlamentares

postado Assessoria

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quarta-feira (9) o deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) — líder do partido na Câmara — como novo titular do Ministério das Comunicações.

Pedro Lucas vai substituir Juscelino Filho, que pediu demissão após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por desvio de emendas parlamentares. A nomeação dele, contudo, ainda não foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

O anúncio foi feito pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

A ministra afirmou que o novo ministro pediu para assumir o cargo apenas depois da Páscoa para encaminhar questões da liderança do União Brasil e também questões pessoais. O ex-ministro Juscelino Filho também participou da conversa.

Após a reunião com a participação do novo ministro, Lula também recebeu o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Mas Gleisi Hoffmann disse que não Lula não tratou de uma reforma ministerial ampla durante o encontro.

“O presidente não falou nada hoje sobre reforma, sobre ministérios. Apenas está conversando com as forças, mas não tem nada nesse sentido. Ainda vai decidir se vai ou não fazer e quando vai fazer, conversar. André Fufuca veio despachar sobre as questões da pasta do Esporte. Quando eu cheguei aqui ele já estava. O presidente despachou com ministros e com outras lideranças. Eu não participei da conversa do presidente com o ex-presidente Arthur Lira, mas eu acho que é uma conversa sobre política, não sei qual foi o objetivo. Não teve nenhuma discussão sobre espaços do PP não”, afirmou.

Questionada sobre a relação do governo com o União Brasil, Hoffmann disse que a maioria do partido vota com o governo no Congresso Nacional e disse que o governo não vai participar de conversas sobre quem assumirá a liderança do partido na Câmara e que isso é uma questão interna da sigla.

“Pode ter tido dificuldades [na relação com o União Brasil], mas também teve facilidades. É real que o União Brasil, uma parte significativa da sua bancada, tem dado os votos para a governabilidade. Isso para nós é muito importante. Presidente não falou nada.

Nesta quarta — quando ainda estava em Honduras — Lula adiantou a mudança. E afirmou que conversaria com dirigentes do União Brasil e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, um dos principais nomes da legenda. Esse encontro ocorreu nesta tarde.

“Da mesma forma que o União Brasil tem o direito de me indicar um sucessor para Juscelino, que é do União Brasil. Eu já tenho o nome, eu conheço o Pedro Lucas, eu vou voltar para o Brasil e amanhã [quinta-feira] de manhã vou conversar com o União Brasil e, se for o caso, já discuto a nomeação dele”, disse o presidente Lula na ocasião.

A indicação de Pedro Lucas foi adiantada pelo blog do Valdo Cruz nesta terça (8). Após a demissão de Juscelino, a secretária-executiva do Ministério das Comunicações, Sônia Faustino, ocupou o cargo como ministra interina.

De acordo com auxiliares do Planalto, Lula conheceu Pedro Lucas na viagem oficial à Ásia, no fim do mês passado. O presidente teria “simpatizado” com o líder do União Brasil.

A articulação para Lucas se tornar ministro avançou antes mesmo de Juscelino ser demitido, após ser denunciado pela PGR.

Lucas é da ala mais governista do União Brasil. Era aliado do então governador Flávio Dino no Maranhão e chegou a fazer campanha junto a apoiadores de Lula em 2022.

O pai do líder, Pedro Fernandes, é prefeito da cidade de Arame e foi do grupo político de Jackson Lago, também de esquerda.

Como um político clássico do centrão, Lucas tem boa relação com figuras menos governistas, como Antônio Rueda e ACM Neto. No Maranhão, ele também é visto com bom trânsito na família Sarney.

A ida do deputado para o governo vai ajudar o Planalto a segurar o apoio de ao menos parte do União Brasil, dono de uma das maiores bancadas da Câmara.

A decisão contraria a ala mais à direita da sigla que defende o desembarque do governo e a construção da pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

Por Pedro Henrique Gomes, g1 — Brasília

10/04/2025 19h33 Atualizado há 13 horas

Deixe um Comentário

Notícias Relacionadas