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Para banco, desastre climático em RS eleva inflação em 0,2 ponto percentual

postado Assessoria

desastre climático no Rio Grande do Sul, além da dimensão humana, traz fortes consequências econômicas, inclusive com implicações nacionais.

Uma das principais atividades afetadas no estado foi a agropecuária. O setor responde por 15% do PIB (Produto Interno Bruto) estadual, o que representa 12,6% do PIB agropecuário brasileiro.

As avaliações são do Depec (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) do Bradesco. O impacto desse desastre climático sobre o PIB brasileiro será de 0,2 a 0,3 ponto percentual.

Um dos principais efeitos sobre os preços de alimentos no restante do país virá do arroz, devido à participação de 71% do Rio Grande do Sul na produção do Brasil. A menor produção e os preços aquecidos no mercado externo devem dar suporte ao cereal.

As perdas agropecuárias vão influenciar também a inflação nacional. Os analistas do banco, com base nas informações disponíveis, calculam que é razoável considerar um impacto potencial de 0,2 ponto percentual na inflação deste ano. Eles consideram uma alta de 5% na cotação da soja e de 20% na do arroz.

Cerca de 70% das áreas cultivadas com soja e 80% das com arroz já foram colhidas. Com base em uma perspectiva de que metade da produção que ainda está no campo seja perdida, a perda provável seria de 800 mil toneladas de arroz e 3,2 milhões de soja.

Bradesco destaca ainda que o estado respondeu por 12% dos abates de suínos e por 9,5% dos abates de frangos em 2023. Considerando os impactos do desastre climático atual no estado, o PIB agropecuário nacional pode recuar 3,5%. A estimativa anterior do banco era de uma queda de 3%.

Os analistas do banco destacam ainda os efeitos da interrupção de mobilidade no estado para os setores de leite e de carnes, além das dificuldades de transporte de ração e de outros insumos.

O estado terá também redução nas receitas com exportações. Com base no cenário de preços e de produção, o banco prevê perdas de US$ 1 bilhão nas exportações de soja e de US$ 1,0 bilhão em outros produtos.

ABATES | O Brasil abateu 9,2 milhões de cabeças de bovinos no primeiro quadrimestre, 24% a mais do que em igual período do ano anterior. Os abates de suínos caíram para 13,9 milhões de cabeças, 2% a menos, e os de frango recuaram para 1,59 bilhão, 1% a menos.
CARNES | A produção total de carnes, quando considerado o peso das carcaças, subiu para 7 milhões de toneladas no primeiro trimestre deste ano, 5% a mais de janeiro a março de 2023, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

SOJA | As receitas com as exportações de soja deste ano deverão recuar para US$ 57 bilhões, após terem atingido US$ 67 bilhões no ano passado, segundo a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). A queda se deve basicamente ao recuo internacional dos preços.

Fonte: Folha de S. Paulo

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