A exploração sexual é uma atividade ilegal, execrável, visada, mas muito lucrativa. E responde por uma parcela significativa dos casos de trabalho forçado no mundo. A cada ano, essa atividade criminosa movimenta US$ 173 bilhões (R$ 860 bilhões) globalmente.
A informação consta da nova edição do relatório “Lucros e Pobreza: Aspectos Econômicos do Trabalho Forçado”, publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O estudo calcula em US$ 236 bilhões anuais o total de benefícios obtidos por aqueles que obrigam pessoas a trabalhar de maneira forçada. A exploração sexual é uma dessas manifestações, sendo responsável por três quartos do montante final, embora suas vítimas representem apenas um terço das pessoas afetadas.
“Há uma necessidade urgente de investir em medidas de fiscalização para coibir os lucros do trabalho forçado e levar os responsáveis à justiça”, diz o texto publicado na terça-feira.
Os novos resultados superaram amplamente os números anteriores, divulgados há dez anos. Ao longo da última década, os lucros ilegais provenientes do trabalho forçado aumentaram em US$ 67 bilhões (ou 37%). Em 2021, último ano considerado para a comparação, 27,6 milhões de pessoas estavam nessa situação, alerta o relatório.
Entre 2016 e 2021, o número de trabalhadores forçados, diz o relatório, aumentou em 2,7 milhões. Do total de pessoas afetadas, 7,4 milhões foram exploradas sexualmente.
Como a exploração sexual afeta quase que exclusivamente as mulheres, na divisão por gênero, quatro em cada cinco pessoas que estão presas nessas situações diariamente são meninas ou mulheres. Apesar de não chegar nem a um terço do número de pessoas afetadas, as vítimas de exploração sexual são as que geram mais lucro para os traficantes e criminosos.
A OIT estima que as máfias obtêm US$ 27.252 de cada uma dessas mulheres.
Fonte: O Globo
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