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BID vai investir US$ 400 milhões em braço de inovação e define nova estratégia até 2030

postado Assessoria Igor

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) conseguiu o aval de seus governadores, incluindo o Brasil, para três reformas, durante assembleia realizada nos últimos dias em Punta Cana, na República Dominicana. A principal mudança foi o aumento de capital de US$ 3,5 bilhões para ampliar a capacidade de empréstimos ao setor privado e um novo modelo de negócios do seu braço de investimentos, o BID Invest.

Também foram aprovados um orçamento de US$ 400 milhões para inovação, por intermédio do BID Lab, e a nova estratégia institucional do organismo, com sede em Washington DC, que define as prioridades do BID para os anos de 2024 a 2030.

“Pela primeira vez nos 65 anos de nossa instituição, as nossas Assembleias de Governadores aprovaram simultaneamente três mudanças transformadoras que tornarão o Grupo BID uma instituição maior, melhor e mais ágil”, disse o presidente do BID, o brasileiro Ilan Goldfajn, em nota à imprensa. Para ele, as reuniões do organismo foram “históricas”.

De acordo com Ilan, as três mudanças vão ampliar de forma “significativa” a capacidade do BID de apoiar a América Latina e o Caribe em seus desafios e destravar o potencial para desencadear um ponto de virada em termos de desenvolvimento. Isso será feito priorizando o lado social, ou seja, a vida das pessoas, com maior escala e impacto, segundo ele.

“Nossa região enfrenta um triplo desafio estrutural de demandas sociais crescentes, recursos fiscais escassos e baixo crescimento, com os importantes efeitos adicionais das mudanças climáticas”, alertou Ilan.

Por outro lado, ele, primeiro brasileiro a comandar o BID na história, vê uma “grande oportunidade” para a região se tornar parte da solução para os desafios globais compartilhados. “Este pode ser um ponto de virada não só para o Grupo BID, mas também para a região”, acrescentou o presidente do organismo.

Prioridades do BID para 2030: reduzir pobreza e desigualdade, mudanças climáticas e crescimento sustentável

A nova estratégia do BID até 2030 tem três objetivos principais: reduzir a pobreza e a desigualdade, enfrentar as mudanças climáticas e estimular o crescimento regional sustentável. Para alcançá-los, o organismo vai focar em sete áreas. Segundo o BID, três são transversais, ou seja, influenciam todos os setores: biodiversidade, capital natural e ação climática; igualdade de gênero e inclusão de grupos populacionais diversos, além de capacidade institucional, estado de direito e segurança pública.

As outras quatro áreas de foco do BID são proteção social e desenvolvimento de capital humano; desenvolvimento produtivo e inovação por meio do setor privado; infraestrutura sustentável, resiliente e inclusiva e integração regional.

Segundo o BID, o aumento de capital de US$ 3,5 bilhões e o novo modelo de negócios permitirão que o BID Invest tenha escala para direcionar recursos para a região, passando dos atuais US$ 8 bilhões anuais para algo ao redor de US$ 19 bilhões anuais.

Em outra frente, o organismo vai ampliar em US$ 400 milhões os recursos do seu braço de inovação, o BID LAB, por meio de novos fundos, durante os anos de 2026 a 2032. Tal passo tem como objetivo fazer com que o BID avance do lado da inovação, promovendo a inclusão social, a ação climática, e a produtividade na região.

O modelo de hub visa triplicar a mobilização de recursos da entidade para cada dólar investido e aumentar em 40% seus projetos, conforme o BID. Além disso, ajudará a garantir que todos os projetos do BID Lab beneficiem populações pobres e vulneráveis, afirma a instituição.

Tebet: modelo permitirá financiamento anual de 2,5 milhões de micro e pequenas empresas

Participaram das assembleias do BID em Punta Cana os governadores dos 48 países-membros do Grupo BID. Dentre eles, estão a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que representa o Brasil na instituição e esteve presente no encontro.

Durante as reuniões, ela destacou o impacto do aumento do capital do BID Invest, o braço de investimento privado do banco. Segundo ela, o modelo permitirá o financiamento anual para 2,5 milhões de micro e pequenas empresas, 306 mil mulheres empresárias, 44 mil agricultores e 1,6 milhão de pessoas pobres e vulneráveis na região. “Com a mobilização do setor privado vamos melhorar a vida daqueles que mais precisam”, afirmou a ministra, durante o encontro do BID.

Fonte: Estadão

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