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BRB tem lucro recorrente de R$ 282 milhões em 2024, crescimento de 41%

Carteira de crédito cresceu 20%, para R$ 43 bi, puxada pela expansão no setor imobiliário

postado Assessoria

O BRB (Banco de Brasília) registrou um lucro líquido recorrente de R$ 282 milhões em 2024, um crescimento de 41% em relação ao ano anterior.

O avanço foi acompanhado de um aumento de 15,1% na margem financeira, que chegou a R$ 3,1 bilhões. Segundo o banco, o movimento decorre da maior carteira de crédito e da diversificação dos produtos.

“O desempenho de 2024 reflete o amadurecimento da estratégia de transformação do BRB. Modernizamos a operação, melhoramos a experiência do cliente, fortalecemos o crédito e nos consolidamos como um banco completo, eficiente e digital, comprometido com o desenvolvimento econômico e social”, afirma o presidente-executivo, Paulo Henrique Costa, em comunicado.

A carteira de crédito cresceu 20,2%, para R$ 43,1 bilhões. A elevação foi puxada, em valores absolutos, pelo segmento imobiliário —que avançou 29,7%, para R$ 12 bilhões.

No segmento, o BRB financia tanto unidades residenciais como comerciais a pessoas físicas e jurídicas. O banco atribui o crescimento nessa área ao processo simplificado de contratação, com média de 15 dias, e às taxas praticadas.

“Os clientes BRB possuem maior facilidade, tendo crédito pré-aprovado para realizar financiamentos imobiliários, além de contar com taxa de juros sempre competitivas”, afirma a instituição em seu relatório anual.

Um dos indicadores de maior crescimento do BRB, a base de clientes avançou 17,4% na comparação com o ano anterior —para 9 milhões. Só a parceria com o Flamengo chegou ao fim de 2024 com 3,7 milhões de pessoas (41% do total).

Outro destaque foi o segmento de seguridade, com lucro líquido de R$ 121,4 milhões.

A inadimplência mostrou redução. Ao fim do ano, o indicador ficou em 1,32% (contra 2,25% um ano antes). De acordo com o banco, os números decorrem da composição do portfólio da carteira, a disciplina na concessão de crédito e a sustentabilidade financeira dos clientes.

Houve corte de 1,74 ponto percentual no Índice de Basileia (indicador que mede a saúde financeira do banco), para 12,94%. O número, no entanto, ainda supera em 2,44 pontos percentuais a soma dos requerimentos mínimos.

O banco afirma que esse patamar foi sustentado por dois aumentos de capital feitos ao longo do ano, que somaram R$ 1,04 bilhão e garantiram “robustez para a expansão futura”.

O BRB atraiu os holofotes do noticiário financeiro no mês passado, quando anunciou a compra de 58% das ações totais do Banco Master. A operação está sob apuração de órgãos de controle, como o Ministério Público, e depende de aval do Banco Central e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Nascida no Distrito Federal e por muito tempo voltada ao funcionalismo local, a instituição passou a ambicionar uma atuação nacional e já multiplicou por 14 sua base de clientes desde 2018 –com iniciativas como patrocínios esportivos e taxas agressivas no mercado de crédito.

Apesar disso, representantes do mercado financeiro e do poder público têm dúvidas sobre o real retorno da expansão e temem o uso político da empresa. A diretriz que mira um BRB nacional está em execução desde a posse do atual presidente-executivo, que assumiu o cargo após a chegada de Ibaneis Rocha (MDB) ao governo do Distrito Federal em 2019.

A empresa Ernst & Young, responsável pela auditoria independente do BRB, não fez ressalvas sobre o balanço. Apenas apontou fatores que receberam ênfase, como a própria compra de fatia do Banco Master. De acordo com os auditores, “não foi possível para a diretoria determinar os impactos futuros da operação na situação patrimonial e financeira do banco”.

Composição acionária BRB

10.abr.2025 às 8h39
Fábio Pupo – Folha

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