No ataque, bandidos atearam fogo e deixaram veículos atravessados na Rua Gessyr Gonçalves Fontes. Houve confronto com PMs
Rio – Criminosos explodiram dois bancos na madrugada desta segunda-feira (5), no Centro de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Os bandidos atacaram agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, localizadas na Rua Gessyr Gonçalves Fontes. Durante o ataque, os assaltantes atearam fogo em veículos na via e deixaram automóveis atravessados. Houve confronto com policiais militares que atuavam na região. Ainda não se sabe se algum montante foi levado.
Com as explosões, as entradas das agências ficaram destruídas. O vidro de uma janela da Caixa Econômica chegou a ficar pendurado. Segundo Fátima Marques, que dormia dentro do banco, os criminosos mandaram outras pessoas em situação de rua que estavam no local saírem e chegaram a roubar cobertores para usarem para transportar o dinheiro roubado. Um dos bandidos chegou a chutar o filho da mulher.
“Mandou a gente deitar e quando eles estouraram (a agência), o meu filho saiu correndo lá de dentro e eles ‘bicaram’ o meu filho. Eu comecei a gritar: ‘não bica ele, não, ele é meu filho’. Pegaram o cobertor do morador de rua para botar os malotes (de dinheiro) deles. Depois, acho que eles viram que os ‘polícia’ estavam vindo e ‘meterem o pé’, foram embora. Foram para o (Banco do) Brasil, fizeram um estrondo lá e depois foram embora”, relatou Fátima, que acabou perdendo os documentos na explosão.
“(O criminoso) falou para a gente assim: ‘vou deixar uma moral para vocês’. Eu falei assim: ‘não quero moral, não, só quero meus documentos’. Eu não sei se estão destruídos, porque não pegou fogo, mas estão embaixo dos escombros. Passei a noite ali ‘de boa’, achando que era seguro e me ferrei. Na hora que eu olhei, eles estavam todos aí na rua, todos de preto. Agora, estou com medo de não conseguir pegar meus documentos, certidão de nascimento, tem tudo, celular meu”, lamentou.
Agências são explodidas por criminosos na Região Metropolitana
Além dos ataques em São João de Meriti, na última sexta-feira (2), bandidos explodiram outras duas agências bancárias, da Caixa e do Santander, no bairro da Taquara, na Zona Oeste do Rio. Os moradores da região viveram uma madrugada de terror, por conta do intenso confronto entre os criminosos e PMs, após o assalto. Não há informações se os bandidos conseguiram levar alguma quantia. Ninguém foi preso. Durante uma inspeção do Esquadrão Antibombas, um agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) acabou ferido quando uma bomba explodiu, sem ter sido detonada. O policial precisou ser levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, mas deixou a unidade de saúde no mesmo dia.
Pouco mais de um mês antes, em 3 de agosto, criminosos chegaram a trocar tiros com policiais militares depois de explodirem uma agência da Caixa Econômica, na Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. À época, a principal via do bairro chegou a ser fechada pelos criminosos. O banco fica em frente ao Hospital Universitário Pedro Ernesto e foi invadido depois que os assaltantes usaram marretas para quebrar os vidros.
A Caixa Econômica também havia sido alvo de bandidos em 1º de julho, dessa vez em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Os ladrões deixaram os caixas eletrônicos intactos, mas detonaram bombas na parte interna do banco, onde fica o cofre. No ataque, que aconteceu na Rua Comandante Ary Parreiras, no bairro Paraíso, os assaltantes chegaram a roubar um carro de aplicativo e fazer disparos para bloquear a via, mas não conseguiram levar nenhuma quantia.
Na mesma região, em 9 de junho, bandidos roubaram todo dinheiro do cofre depois de explodirem uma agência do Santander, na Ilha da Conceição, em Niterói, e fugiram de barco pela Baía de Guanabara. O ataque ocorreu no Largo do Sol com a Rua Mário Neves, onde os criminosos e policiais militares trocaram tiros. O local chegou a ser bloqueado pelos assaltantes com um caminhão baú. Apesar dos caixa eletrônicos não terem sido afetados, os vidros da fachada e parte do interior do estabelecimento foram destruídos.