Apenas seis empresas dentre as 82 que compõem o Ibovespa possuem acima de 10% de negros em cargos de liderança. E só 12 empresas do índice, que reúne as empresas de maior liquidez na B3, contam com uma liderança formada por pelo menos 50% de mulheres.
O Magazine Luiza, conhecido por suas práticas de promoção de diversidade — a empresa foi pioneira em oferecer curso de traine exclusivo para negros — encabeça a lista das empresas com mais diversidade racial, com 32,65% de negros em cargos de chefia.
Em segundo e terceiro lugar na lista elaborada pelo consultor em governança Renato Chaves, estão duas empresas do mesmo grupo: a Sid Nacional (32,47% de negros na liderança) e CSN Mineração, com 29,61%.
Assaí/Sendas, com 13,45%, CCR (13,39%) e Braskem (12,23%), vêm na sequência.
Os dados foram compilados por Chaves a partir de informações prestadas pelas empresas à CVM e que se baseiam em um questionário-padrão feito com todos os funcionários sobre gênero e raça. As empresas fornecem números absolutos sobre gênero e raça e o estudo calculou os percentuais para poder comparar os resultados.
Em três empresas, 100% dos funcionários preferiram não responder às perguntas sobre raça, o que, segundo Chaves, pode demonstrar baixo empenho da organização na aplicação do questionário. São elas Rede D´Or, Minerva e Localiza. Outras 13 empresas apresentaram uma participação inferior a 2% de negros em cargos de liderança, sendo seis com participação zero. Entre elas, Alpargatas, Cosan e IRB.
Já a presença de mulheres é um pouco mais disseminada, com 14,6% das empresas do Ibovespa registrando pelo menos 50% de mulheres em cargos de chefia. A Itaúsa lidera a lista, com 75% de mulheres, embora, por ser uma holding, conte com um número reduzido de colaboradores. Depois dela vem o grupo de moda carioca Soma, com 67,63% de mulheres em cargos de liderança. Hapvida, Fleury, Rede D’Or e Raia Drogasil aparecem na lista com um percentual na faixa dos 60%. Na faixa dos 50% de participação de mulheres estão Natura, Arezzo, Cogna, Cosan e Yudqs.
Já as empresas Klabin e Itaú Unibanco e as estatais Banco do Brasil, Petrobras e Sabesp tiveram altos índices de não respondentes no questito gênero, o que levou a um resultado de participação inferior a 8% de mulheres em cargos de liderança. No caso da Klabin, 100% dos colaboradores preferiram não responder às perguntas sobre gênero.
Fonte: O Globo
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