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Dívida no rotativo do cartão de crédito se multiplica por cinco em um ano

postado Assessoria

Deixar de pagar o total da fatura do cartão de crédito pode render uma dívida milionária ao brasileiro. Os juros do rotativo, uma espécie de empréstimo dos bancos para que o cliente quite o débito, estão entre os mais altos do mercado.

Em fevereiro, a taxa média cobrada foi de 14,68% ao mês, ultrapassando 417,43% ao ano. Um grupo de trabalho do governo Lula com o Banco Central vai debater as taxas de juros do rotativo, que devem continuar a ser determinadas por cada instituição financeira. A diretoria do BC afirmou que estabelecer um teto para o rotativo do cartão está fora de cogitação.

Atualmente, na prática, os juros do rotativo podem virar uma dívida até cinco vezes maior passados 12 meses.

Segundo cálculos feitos pela Anefac (Associação Nacional de Executivos) a pedido da Folha, uma dívida de R$ 500 no cartão de crédito se aproxima dos R$ 2.600 em um ano. Em cinco anos, na atual taxa de juros, o débito chegaria a R$ 1,8 milhão.

Em outra estimativa, R$ 10 mil no rotativo do cartão se transformam numa de dívida de mais de R$ 37 milhões. Confira abaixo outros exemplos.

A recomendação de especialistas a quem se endividar no cartão é buscar por modalidades de crédito com prazos maiores e taxas menores —como o crédito pessoal— para sair do rotativo.

“Eventualmente, quando a pessoa entra no rotativo, o banco oferece condições com juros menores para que ela faça o parcelamento”, afirma Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac, responsável pelos cálculos.

Desde abril de 2017, os bancos são obrigados a transferir, após um mês, a dívida do rotativo para uma linha de crédito parcelado, que tem taxas mais baixas.

Mas é preciso cautela ao parcelar a dívida, diz Reinaldo Domingos, presidente da Abefin (Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira). Embora mais baixos do que o do rotativo, os juros do parcelamento também são altos.

O devedor tem que entender como chegou no descontrole financeiro antes de tentar negociar. Do contrário, afirma o especialista, ele também não conseguirá arcar com as prestações.

“A velocidade das dívidas de cartão de crédito, uma vez não pagas, são avassaladoras. São juros sobre juros”, afirma o também presidente da DSOP Educação Financeira.

A Serasa Experian diz que o cartão de crédito segue sendo o principal motor das dívidas entre os inadimplentes.

Dados do BC mostram inadimplência acima de 44% no rotativo do cartão de crédito para pessoas físicas no ano passado. É o maior percentual da série histórica, iniciada em março de 2011. A explicação está na alta da inflação e dos juros, que dificultam o pagamento de despesas básicas.

Fonte: Folha de S. Paulo

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