A OIT aponta a América Latina como a região com as perspectivas mais negativas em termos econômicos e de retomada do emprego. A região foi uma das mais atingidas por contaminação e mortes de covid. O Brasil tem a segunda maior taxa de mortes pela pandemia, só atrás dos EUA.
A expectativa agora é de o número de desempregados no Brasil diminuir para 14 milhões em 2022, mas ainda bem longe da taxa de antes da pandemia. Para 2023, também continuará acima daquele período, com estimativa de 13,6 milhões de desempregados.
O diretor-geral da OIT destacou a deterioração no brasil em termos de taxa de participação da força de trabalho (LFPR), que é a proporção de pessoas qualificadas para participar da força de trabalho que realmente participam dela trabalhando ou procurando trabalho.
Antes da pandemia a taxa era de 62,6%, caiu para 57,3% em 2020 e para este ano a expectativa é de ficar em 59,9%.
A covid-19 ampliou problemas estruturais também no Brasil. Conforme a OIT, as taxas de emprego temporário aumentaram de 22% do emprego total no país no segundo trimestre de 2020 para 37% no primeiro trimestre de 2021, por exemplo.
O emprego temporário pode ter uma incidência negativa sobre a produtividade no longo prazo das empresas em razão de seus efeitos na manutenção do emprego, formação e inovação.
A OIT alerta para um desmonte do emprego formal e, em consequência, mais emprego informal. As estimativas são de que o emprego informal representou mais de 70% da criação de empregos desde meados de 2020 no Brasil, Argentina, México, Peru.
A entidade diz que a reversão do emprego formal para informal aumentou com a covid-19 no Brasil e em outros países da região.
De acordo com a entidade global, a taxa de trabalho subutilizado no Brasil era de 27,9 milhões de pessoas em 2019, antes da pandemia.
Outra cifra preocupante é o número de jovens entre 15 e 24 anos que estão fora do sistema educação, não tem treinamento e nem emprego. Eles eram 27,9 milhões no Brasil nessa situação em 2020.