Sem estreias de novas empresas na Bolsa brasileira há quatro anos, o mercado de ações não só parou de crescer no país como está encolhendo: um total de 36 companhias fecharam o capital no período. O movimento ocorre apesar de seu principal índice, o Ibovespa, registrar valorização de 24% neste ano e ter renovado recordes de fechamento diariamente na semana passada.
Só em 2025, nove companhias decidiram tirar seus papéis de circulação da Bolsa de São Paulo, a B3. Em paralelo, algumas empresas decidiram recomprar suas ações, o que tem contribuído para um volume menor dos papéis no mercado.
O fechamento de capital de uma empresa é feito por meio de uma oferta pública de aquisição (OPA). Por ele, o acionista controlador compra ações de minoritários. Isso pode acontecer por diferentes razões, como a busca de uma simplificação da estrutura societária ou porque se avalia que o preço da ação está baixo.
O fechamento de capital de uma empresa é feito por meio de uma oferta pública de aquisição (OPA). Por ele, o acionista controlador compra ações de minoritários. Isso pode acontecer por diferentes razões, como a busca de uma simplificação da estrutura societária ou porque se avalia que o preço da ação está baixo.
As operações de fechamento de capital drenaram mais de R$ 40 bilhões em ações da Bolsa nos últimos cinco anos, segundo dados levantados pelo GLOBO em plataforma da Bloomberg. A cifra considera a soma do valor de mercado dessas empresas — listadas no Ibovespa ou em outro índice — no momento em que deixaram a Bolsa. Outros R$ 75 bilhões em papéis foram retirados de circulação por diferentes empresas desde o início de 2023, segundo o Itaú BBA.
Para analistas que acompanham de perto o mercado de ações, o principal fator por trás do crescimento das OPAs é a alta taxa básica de juros (a Selic), que está em 15% ao ano e torna os investimentos em renda fixa mais atraentes que os de renda variável. Além disso, o valor das ações está abaixo do seu potencial, segundo especialistas, o que estimula recompra de papéis pelas empresas ou a ofensiva de investidores interessados em comprá-los para, em seguida, tomar o controle da companhia e fechar seu capital.

