Líder em tags de pedágio no país, Sem Parar já tinha tentado acionar o CADE contra a Veloe e os controladores Bradesco e Banco do Brasil, mas processo não andou
A Sem Parar entrou com uma representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) contra a concorrente ConectCar e o banco Itaú, que é dono da tag de pedágio em sociedade com a Porto Seguro.
Responsável por criar o negócio de tags de pedágio no Brasil há duas décadas, chegando a ter 90% do mercado, a Sem Parar está vendo o seu modelo de negócios ser desafiado pela concorrência, que oferece o serviço sem mensalidade, por meio de parceria com bancos e instituições financeiras.
Na representação datada de fevereiro deste ano e que ainda está em fase de inquérito — etapa que precede a instauração de um processo administrativo — a Sem Parar reclama de subsídios cruzados, venda casada e infração da LGPD. Os mesmos argumentos foram usados em outra representação, apresentada em 2020 contra a Veloe, tag controlada pelos bancos Bradesco e Banco do Brasil — e que até hoje também não passou da fase de inquérito.
Nos últimos anos, os bancos passaram a incluir da tag de pedágio no rol de serviços para ativar ou fidelizar os clientes. Além de Veloe e ConectCar, que pertencem aos grandes bancos, a Greenpass também oferece o serviço no modelo de white label para diversos clientes como C6 Bank, Banco Inter e Sicredi.
Os bancos compram o serviço das operadoras de tags e oferecem de forma gratuita para os clientes que desejarem receber a tag. O cliente não é obrigado a aceitar a tag para ter acesso aos serviços do banco.
Recentemente, o C6 resolveu limitar a tag gratuita para clientes das categorias mais premium de cartões, passando a cobrar de clientes menos ativos.
A Sem Parar pertencia à CCR até ser vendida para a americana FleetCor, em 2016. A empresa reinou praticamente sozinha até 2019, chegando a uma base próxima de 6 milhões de clientes. Hoje os concorrentes possuem, juntos, mais de 2 milhões de clientes.
Mas o mercado ainda tem muita estrada para conquistar. As tags estão instaladas em menos de 20% dos 46 milhões veículos em circulação no país. E o novo modelo de concessão de rodovias, que prevê o chamado pedágio free flow, uma cobrança automática sem cancela relativa ao trecho percorrido pelo automóvel, deve acelerar ainda mais a adoção das tags.
— O ideal seria as concessionárias de estradas pagarem pelo serviço que, afinal, gera eficiência e redução de custos para elas, e não o dono do automóvel. Mas isso hoje não é permitido e depende de mudanças na regulamentação — diz um advogado especializado em defesa da concorrência.
Procurada, a Sem Parar afirmou que “os processos seguem em análise pelo órgão competente e a empresa continua à disposição para esclarecimentos”.
Fonte: O Globo
www.contec.org.br
2 comentários
A concorrência é quem faz o serviço ser de qualidade e preço melhor para o usuário….pois a Semparar tem uma taxa de uso muito cara…sou a favor da concorrência.. se tivessem melhorado os preços certamente não estariam reclamando tanto.
Amigos, em 2015 usava o sistema “sem parar”. Durante quatro meses meu automóvel não saiu da garagem e me cobraram uma passagem pela ponte Rio-Niteroi. Reclamei por e-mail e não me deram nenhuma satisfação ou melhor, deram, me cobraram outra vez. Devolvi o equipamento e nunca mais usei o sistema. É desonesto. Adair Nogueira