A taxa de desemprego das mulheres no Brasil caiu de 8,6% para 7,7% na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano, apontam dados divulgados nesta sexta (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Ao marcar 7,7%, o indicador atingiu a mínima da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), iniciada em 2012. Até então, o menor patamar havia sido registrado no quarto trimestre de 2013 (7,8%).
Mesmo com a redução, a taxa feminina ainda é 45,3% maior do que a dos homens, disse o IBGE. Isso porque o indicador masculino diminuiu de 5,6% para 5,3% na virada do segundo para o terceiro trimestre.
O patamar de 5,3% é o segundo menor da série histórica dos homens. A mínima foi verificada no quarto trimestre de 2013 (5,1%).
Segundo o economista Bruno Imaizumi, da consultoria LCA, parte do resultado feminino pode ser atribuída ao desempenho positivo do mercado de trabalho. O emprego aquecido estaria abrindo vagas para grupos que tradicionalmente enfrentam maiores dificuldades de inserção, como é o caso da população feminina.
Imaizumi lembra que, historicamente, as mulheres têm uma participação menor do que a dos homens no mercado, já que elas enfrentam uma sobrecarga de tarefas do lar, como cuidado de familiares e da casa.
Isso, segundo o economista, também freia a taxa de desemprego da população feminina, à medida que dificulta a procura por trabalho. Para ser considerada desempregada nas estatísticas oficiais, uma pessoa de 14 anos ou mais precisa estar em busca de oportunidades no mercado.
“Esses dois fatores, o mercado de trabalho aquecido e a questão da participação, acabam explicando o recorde mínimo [do desemprego das mulheres], que deve continuar ocorrendo nos próximos trimestres”, afirma Imaizumi.
Fonte: Folha de S.Paulo
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