O Credit Suisse disse na noite desta quarta-feira (15) que irá tomar emprestado cerca de US$ 54 bilhões (50 bilhões de francos suíços, ou R$ 284 bilhões) do Swiss National Bank (SNB, o banco central da Suíça), em uma medida que chamou de “ação decisiva” para fortalecer sua liquidez.
O SNB havia antecipado que poderia ajudar financeiramente o Credit, se necessário. As ações do banco despencaram 25% nesta quarta, em meio a uma crise de confiança de investidores e correntistas.
Mais cedo, o presidente do Credit Suisse, Axel Lehmann, havia descartado uma eventual ajuda governamental. “Não é um tema”, afirmou ele durante conferência do setor bancário na Arábia Saudita. “Temos índices financeiros sólidos, um balanço sólido.”
Nesta quarta, o maior investidor do banco, um acionista saudita, disse que não poderia fornecer mais assistência financeira devido a restrições regulatórias.
O Credit Suisse disse que o empréstimo será feito sob uma linha de crédito coberta e uma linha de liquidez de curto prazo, totalmente garantida por ativos de alta qualidade. Também anunciou ofertas de títulos de dívida sênior por até 3 bilhões de francos (US$ 3,22 bilhões).
“Essa liquidez adicional apoiaria os principais negócios e clientes do Credit Suisse, à medida que [a instituição] toma as medidas necessárias para criar um banco mais simples e focado nas necessidades do cliente”, afirmou em comunicado.
O presidente-executivo Ulrich Körner disse que as medidas “demonstram uma ação decisiva para fortalecer o Credit Suisse enquanto continuamos nossa transformação estratégica”. A reestruturação de Körner incluiu a venda de uma parte do banco de investimentos do Credit Suisse e o corte de milhares de empregos no último ano.
A medida é a mais recente tentativa do Credit Suisse de reconquistar a confiança dos investidores depois que uma série de escândalos abalaram o banco suíço e empurraram o preço de suas ações para uma mínima recorde.
Os temores dos investidores em relação ao Credit Suisse se somaram às preocupações mais amplas provocadas pelo colapso, na semana passada, do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, duas instituições de médio porte dos EUA. No domingo, o governo americano anunciou um plano de ações para evitar uma contaminação geral do sistema financeiro.
Fonte: Folha de S. Paulo
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