Dentro das programações dos Diálogos Amazônicos, a UGT-PARÁ realizou na manhã deste sábado, 05/08, uma Roda de Conversa sobre “Sustentabilidade no Movimento Sindical, com a adoção de novas práticas” que teve o secretário estadual de Formação da UGT-PARÁ, José Frutuoso de Castro.
Outro tema tratado foi a Agenda 2030 onde tivemos a participação da especialista em ODS da UGT, Cristina Palmieri, diretamente de São Paulo.
Por fim, o professor doutor em Meio Ambiente, Manoel Alves, que está contribuindo com a nossa construção de uma agenda sustentável para a UGT.
O atual presidente da UGT-PARÁ, Ivan Duarte, agradeceu aos presentes e apresentou o companheiro, Renato Fernandes da UGT-DF, que é secretário adjunto do Meio Ambiente da UGT, que trouxe sua experiência e contribuições para o Diálogos Amazônicos.
Em sua manifestação, o presidente Ivan Duarte, ressaltou a presença das mulheres ugetistas no evento. “Eu fico muito feliz de ver que nessa discussão as mulheres são maioria, daí a importância do tema e a minha certeza que daqui pra frente a defesa do meio ambiente será uma das principais bandeiras da nossa central. Porque as mulheres, que são naturalmente, provedoras e protetoras da vida, estarão à frente”, enfatizou Ivan Duarte, presidente da UGT-PARÁ.
Na sequência, o companheiro Zé Francisco, secretário nacional do Meio Ambiente da UGT, explicou aos presentes que as propostas tiradas nessa Roda de Conversa serão sistematizadas em documento para ser encaminhado para as autoridades que participaram da Cúpula da Amazônia nos próximos dias 08 e 09 de agosto aqui em Belém do Pará. “Nós vamos defender as propostas de sustentabilidade e empregos decentes com a mesma garra de sempre. E convidamos todas e todos para virem pra essa luta em defesa do planeta e da vida!”, finalizou Zé Francisco.
Fonte: UGT
Vejo o artigo “Meio Ambiente e Trabalho Onde Tudo Começa!”, publicado pelo presidente da CONTEC, Lourenço Prado, em publicação da União Geral dos Trabalhadores.:
Os países e suas sociedades estão vivendo uma crise social, ambiental, política, sanitária e financeira, produto de um projeto civilizatório baseado exclusivamente nas leis de mercado. Este projeto trouxe como resultado uma excessiva concentração de riqueza, aumento das desigualdades, desemprego estrutural, exclusão social, desestruturação
das economias locais de subsistência, sem uma alternativa que garanta a satisfação das necessidades básicas da população, que se torna mais empobrecida e dependente, além do crescimento do consumismo e do desperdício. Isso nos levou a duas crises simultâneas e que se reforçam mutuamente: a crise de desenvolvimento social global e a
crise ambiental global.
Para compreender a gênese de nossa vulnerabilidade é importante rever o conceito de desenvolvimento que sustentou a economia até os dias de hoje. Senão vejamos, o modelo de desenvolvimento atual assenta-se em dois (2) pilares: o primeiro pilar, é a exploração dos recursos naturais, por meio da ciência e da tecnologia – a terra, a água, o ar, as florestas, os animais – todas as riquezas do Planeta passam a ser vistas como recursos, a serem explorados sem limites, não só para atender as necessidades humanas, mas para gerarem lucro para os detentores do capital. Disso resulta, por exemplo, as dificuldades das comunidades indígenas, quilombolas, litorâneas, de trabalhadores rurais e várias outras em conservar ou ter acesso à terra ou aos recursos ambientais que por direito são bens comuns. Segundo pilar,
a exploração do trabalho humano sem uma repartição justa de seus frutos, e ainda espoliando a saúde dos trabalhadores/as em ambientes de trabalho poluídos, perigosos, penosos, insalubres. Acrescente-se a
isso o aumento do trabalho análogo à escravidão e o trabalho infantil e trabalho precarizado.
Isso nos mostra que as atividades produtivas conduzidas sob a força da dimensão econômica tem deixado de lado e subordinado as dimensões social e ambiental. Neste sentido é urgente rever este modelo.
Em Nova York, Sônia Guajajara afirmou que 14 novos territórios indígenas devem ser demarcados. Abaixo, parte de seu discurso proferido na ONU, em Nova York:
A ganância humana está pressionando a Amazônia rumo a um perigoso
ponto de não retorno. Vivemos no mundo uma economia que
não se satisfaz, em que tudo que está na natureza pode ser privatizado
ou comprado. Essa exploração desenfreada não gera riqueza, mas sim
desgasta e empobrece o planeta. É tempo de lutar pelo bem da humanidade
e por uma nova história. Uma história em que os povos indígenas
são protagonistas… porque nós sabemos o caminho”.
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